Nesta quarta-feira (29), centenas de japoneses e norte-americanos foram retirados de Wuhan, a cidade da região central da China onde surgiu o vírus.
As autoridades de saúde anunciaram mais 26 mortes, o que eleva o balanço do coronavírus para 132 vítimas fatais, e 5.974 casos confirmados na China continental (sem contar Hong Kong).
O número já supera o número de infeções da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2002 e 2003, outro coronavírus que contaminou 5.327 pessoas no país. A SARS provocou 774 mortos em todo o mundo, 349 deles na China continental.
Os britânicos que devem chegar ao Reino Unido depois da operação de retirada de Wuhan, a cidade chinesa epicentro da epidemia do novo coronavírus, vão estar isoladas por duas semanas como medida de precaução, anunciou esta quarta-feira o governo em Londres.
"Qualquer pessoa que chegar procedente de Wuhan será isolada de forma segura durante 14 dias, com todo o atendimento médico necessário", escreveu no Twitter o ministro da Saúde, Matt Hancock, que destacou estar "trabalhando duro para retirar os britânicos" presentes na cidade chinesa.
As autoridades de saúde alemãs confirmaram mais três casos de contágio pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detetado na China, aumentando para quatro o número de contagiados naquele país.
A Alemanha é o segundo país na Europa afetado pelo surto, depois de França.
A doença foi identificada como um novo tipo de coronavírus, semelhante à pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave, que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Os sintomas associados à infeção são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.
Além do território continental da China, de França e Alemanha, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália e Canadá.
As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que vai enviar peritos internacionais para a China o mais rapidamente possível para trabalhar com especialistas chineses no estudo e contenção do vírus.
Vários países já começaram o repatriamento de cidadãos de Wuhan, cidade que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido.
Um avião fretado pelo Governo japonês transportando 216 pessoas retiradas da cidade já chegou a Tóquio.
Entretanto, um avião com pessoal diplomático dos Estados Unidos e outros cidadãos norte-americanos também saiu de Wuhan, sendo esperado que chegue ao aeroporto internacional de Ontário, na Califórnia, nesta quarta-feira.
Já o Canadá está a estudar todas as opções para repatriar os 126 canadianos que vivem na região e a União Europeia vai enviar dois aviões entre quarta e sexta-feira e que deverão repatriar 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus.
A ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, assegurou que os hospitais de Portugal estão preparados para lidar com uma eventual epidemia e que a situação está a ser tratada de forma “tranquila, mas rigorosa”.
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