Em declarações à agência Lusa, o vice-reitor da UBI para a área financeira e de projetos, Mário Raposo, explicou que este centro, que está agora em fase de instalação de equipamentos, representa um investimento global de cinco milhões de euros (cofinanciados por fundos europeus) e que tem como principal missão "ser um acelerador da criação e transmissão de conhecimento".

"Hoje, sabemos que se produz muito conhecimento nas universidades, mas o problema é como é que esse conhecimento chega ao mercado. A forma de fazer isso é conseguir que investigadores peguem nas ideias, nas tecnologias, nos produtos e nas patentes que se desenvolvem a nível da investigação e transformem tudo isso em coisas comercializáveis", detalhou Mário Raposo.

O vice-reitor também salientou a importância desta "aposta fundamental no ‘cluster´ da saúde" em termos de "complementaridade e reforço" do trabalho já realizado na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), bem como na articulação com as unidades hospitalares da região.

A "criação de valor económico" e o contributo para "ajudar a melhorar a qualidade de vida das populações" são outros dos objetivos que o UBImedical deverá alcançar.

Com mais de dois mil metros quadrados construídos, este centro terá uma área laboratorial "com os mais avançados equipamentos científicos" e um outro espaço destinado a acolher projetos, 'spin-offs' e 'start-ups' ou empresas já instaladas no mercado e que queiram desenvolver atividade a partir daquela estrutura.

Segundo Mário Raposo, já está confirmada a instalação de uma 'spin-off', que nasceu no âmbito de uma investigação realizada na FCS, bem como de mais duas empresas, às quais se devem juntar muitas outras a curto/médio prazo.

Na investigação, a aposta inicial passa pela criação de oito laboratórios que permitirão desenvolver projetos nos setores da fisiopatologia, da neurofisiologia, da neuropsicologia, da área cerebral e cardiovascular, da optometria/oftalmologia, da biomecânica e até da qualidade do ar e ambiente.

O UBImedical é um projeto que já está para ser concretizado há alguns anos, sendo que a estrutura física chegou mesmo a ser inaugurada em abril de 2013, numa altura em que a obra ainda não estava totalmente concluída. Depois disso, a empresa responsável pela empreitada entrou em processo de falência e os trabalhos foram interrompidos, obrigando à reformulação e recalendarização do projeto.