As consultas de vigilância em idades chave da infância vão ter um novo calendário que será aplicado dentro de meses e que levou em conta questões como a prevenção do 'bulling', revelou uma das responsáveis por esta alteração.
As mudanças estão contempladas no Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, que sucede ao ainda em vigor Programa-tipo de Atuação em Saúde Infantil e Juvenil, criado em 1992 e que sofreu a última alteração em 2005.
Entre as várias alterações que este programa preconiza está a introdução de consultas aos cinco anos, com o objetivo de “avaliar da existência de competências para o início da aprendizagem”, entre os seis e sete anos, para “deteção precoce de dificuldades específicas de aprendizagem” e aos 10 anos, para “preparar o início da puberdade e a entrada para o quinto ano de escolaridade”.
A definição do novo calendário leva em conta questões como a prevenção do 'bulling', na consulta dos dez anos, ou a evolução da puberdade, na consulta entre os 12 e os 13 anos.
Além da cronologia das consultas de vigilância em idades-chave, foram adotadas as curvas de crescimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é dado um “novo enfoque nas questões relacionadas com o desenvolvimento infantil, as perturbações do comportamento e os maus tratos”.
Leonor Sassetti, pediatra e consultora da Direção Geral da Saúde (DGS) para a saúde infantil, explicou à Lusa que o programa “é para todas as pessoas que seguem a saúde das crianças nas suas consultas de rotina e bem-estar”.
A informação com as orientações deverá estar disponível para os profissionais de saúde no final deste mês, estando a dar os primeiros passos uma aplicação informática que registará as recomendações do programa, nas várias idades.
Em relação ao Boletim de Saúde Infantil e Juvenil, que é dado aos recém-nascidos ainda nas maternidades – azul para os meninos e cor-de-rosa para as meninas -, manter-se-ão os existentes que serão distribuídos até esgotarem.
Os novos boletins, já com as curvas dos percentis atuais, bem como o novo calendário de consultas de rotina, serão só depois distribuídos, o que deve acontecer dentro de meses.
O novo programa e as mudanças que o mesmo preconiza estarão em debate no 13º Congresso Nacional de Pediatria, que decorre entre quinta-feira e sábado, em Troia, e no qual participará Leonor Sassetti.
11 de outubro de 2012
@Lusa
Comentários