Em declarações à Lusa, Jorge Roque da Cunha disse não ter dúvidas de que esses cinco “estão solidários” com os demissionários.
Em causa, explicou, estão cinco médicos que não se encontram ao serviço, ou por doença ou por licença de maternidade/paternidade, e que, como tal, “não podem legalmente apresentar a demissão”.
“Mas não tenho qualquer dúvida que estão todos solidários com os colegas que apresentaram a demissão”, referiu Jorge Roque da Cunha.
Na segunda-feira, o responsável tinha falado numa dezena de demissões.
Assim, de um total de 16 chefes de equipa do Serviço de Urgência do Hospital de Braga, nove demitiram-se na segunda-feira em forma de protesto contra a falta de condições de trabalho e o “desinvestimento” no Serviço Nacional de Saúde.
Contactada pela Lusa, a administração do hospital disse que os chefes de equipa que se demitiram são "cerca de metade" do total e que o Serviço de Urgência “mantém o normal funcionamento”.
Diz ainda que está “em diálogo” com os chefes de equipademissionários “por forma a chegar a um consenso célere entre todos os intervenientes”.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, manifestou solidariedade para com os demissionários, sublinhando que este é mais um “grito de alerta” para a “escassez” de profissionais e de meios que se regista “um pouco por todos os hospitais públicos do país”.
“Quando um especialista que trabalha 40 horas semanais recebe cerca de 1.800 euros líquidos de salário, e quando um especialista que trabalha 35 horas recebe 1.150 euros, é fácil compreender a fuga para o privado”, referiu.
Para o dirigente sindical, esta é uma realidade que se mantém há 10 anos, pelo que é “fundamental” que o Governo receba os sindicatos e negoceie uma nova grelha salarial.
“Com estes salários, hoje um médico sai do SNS, vai para o privado e (…) em três dias recebe tanto como receberia num mês”, sublinhou.
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