A epidemia, que já causou mais de 2.900 mortes e mais de 85.000 infeções - das quais 2.870 mortos e 79.824 casos na China - afundou os mercados financeiros na sexta-feira para um dos níveis mais baixos desde a crise de 2008-2009.
A Coreia do Sul, o segundo país mais afetado depois da China, registou este sábado 813 novos casos, o maior aumento num dia, elevando o saldo total para mais de 3.500 infeções, dos quais 17 morreram.
Além disso, as autoridades de saúde do país anunciaram um primeiro caso de reinfecção, ou seja, uma mulher de 73 anos que já esteve doente, curada e voltou a testar positivo.
A OMS elevou a ameaça do novo coronavírus a um nível "muito alto" e instou os países que ainda não foram afetados a prepararem-se para a chegada do COVID-19 (o nome da doença causada pelo vírus), porque assumir que está protegido seria um "erro fatal".
A lista de países que registaram as suas primeiras infeções não para de crescer.
Depois do Brasil, o México detetou casos na sexta-feira, com três confirmações de coronavírus em pessoas que estiveram recentemente em Itália, e o Equador anunciou este sábado seu primeiro caso. Segundo as autoridades sanitárias, trata-se de uma mulher equatoriana que chegou a Guayaquil da Espanha.
Na Nigéria, um italiano que chegou a Lagos proveniente de Milão testou positivo, tornando este país o primeiro da África subsaariana com o novo coronavírus. Dois outros países do continente africano, Egito e Argélia, já tinham anunciado casos.
"Transparência exemplar"
Na China, onde o novo coronavírus apareceu em dezembro, o número de contaminações continua a diminuir, principalmente graças às medidas de isolamento de mais de 50 milhões de pessoas.
Outros países estão, no entanto, a tornar-se fontes de disseminação da epidemia, começando pela Coreia do Sul, Irão e Itália.
No Irão, a rádio BBC Persian, citando fontes médicas, informou que há pelo menos 210 pessoas mortas, muito mais do que números oficiais, que citam 34 mortos e 388 casos de infeção.
O porta-voz do ministério da Saúde iraniano, Kianuche Jahanpur, negou que os dados da BBC sejam verdadeiros e destacou "a transparência exemplar do Irão na publicação de informações sobre o coronavírus.
A Arábia Saudita, que já tinha suspendido a entrada de peregrinos que viajavam para Meca, proibiu os cidadãos dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) de entrar nas suas cidades sagradas (Meca e Medina).
Em Itália, o COVID-19 já infetou cerca de 1.000 pessoas, causando 29 mortes.
Para conter a epidemia, o país adotou medidas drásticas, como o encerramento de escolas, a suspensão de eventos desportivos e culturais e o isolamento de 11 localidades no norte de Itália.
Entre os últimos eventos afetados pela epidemia estão cinco jogos de futebol da primeira divisão, incluindo o duelo entre a Juventus e o Inter de Milão, que foi adiado para 13 de maio.
"Imprensa histérica"
Nos Estados Unidos foram confirmados quatro casos de contágio do COVID-19 cuja origem ainda não foi estabelecida. Segundo o presidente americano, Donald Trump, existem 62 pacientes infectados tendo-se registado ontem a primeira morte.
"A imprensa é histérica", afirmou, acrescentando que cerca de 35.000 pessoas morrem de gripe todos os anos nos EUA.
Washington decidiu adiar uma reunião com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), marcada para março em Las Vegas.
Em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que "não é hora de entrar em pânico, mas de nos prepararmos completamente".
À medida que o vírus se espalha, a atividade económica global perde fôlego. A atividade do setor manufatureiro na China caiu para um recorde em fevereiro.
Na América Latina, os especialistas acreditam que a epidemia terá um impacto na economia regional. Grandes economias como o Brasil, a Argentina e o Chile têm como principal parceiro comercial o gigante asiático. Seja carne, cereais ou cobre, a China abastece-se de produtores latino-americanos. Por sua vez, muitas cadeias de produção locais dependem de componentes chineses.
A nível médico, no entanto, há um fator positivo: das mais de 85.000 pessoas infectadas, 36.500 já foram curadas, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins, que reune dados da OMS e das autoridades de saúde de cada país.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
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