A terceira vaga da COVID-19 em Portugal foi mais forte do que qualquer uma das ondas pandémicas que atingiu o Brasil, Espanha, Estados Unidos, Itália ou Reino Unido, alguns dos países mais afetados pela doença transmitida pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Segundo dados do Our World in Data, um site desenvolvido pela Universidade de Oxford com base em dados oficiais, e citado hoje pela TSF, nenhum país ultrapassa Portugal em termos de número de novos casos e mortes associadas à COVID-19 em termos per capita.
Tendo em conta o tamanho da população de cada país, Espanha atingiu em abril de 2020 um pico de 18 mortes por dia por cada milhão de habitantes. Em Itália, esse valor chegou às 13,5 mortes. O Brasil nunca ultrapassou a fasquia diária dos cinco mortos de COVID-19 por milhão de habitantes, segundo dados oficiais, e nos EUA o máximo registado foi de 10 óbitos diários por milhão de habitantes.
Em Portugal, em janeiro de 2021, o número médio diário de mortos ultrapassou os 18 por cada milhão de habitantes, chegando no dia 1 de fevereiro a um pico de 28,5, estando em queda desde esse momento. Também no que toca ao número de casos, Portugal aparece em primeiro lugar, com 1.200 novas infeções por milhão de habitantes, longe do máximo de Espanha: 800 casos por milhão de habitantes.
Portugal mantém medidas
O parlamento vai votar hoje em Portugal a renovação do estado de emergência até 01 de março para permitir medidas de contenção da COVID-19, que tem aprovação assegurada, com o apoio de PS, PSD, CDS-PP e PAN.
O projeto de decreto do Presidente da República que os deputados irão debater e votar hoje à tarde prevê que seja definido um plano faseado de reabertura das aulas presenciais, inclui uma ressalva a permitir a venda de livros e materiais escolares e admite limites ao ruído em certos horários nos edifícios habitacionais para não perturbar quem está em teletrabalho.
Na exposição de motivos do diploma enviado para a Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa realça que "não é recomendado pelos peritos reduzir ou suspender, de forma significativa, as medidas de confinamento, sem que os números desçam abaixo de patamares geríveis pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), que sejam aumentadas as taxas de testagem, ou que a vacinação possa cobrir uma parte significativa da população mais vulnerável".
Segundo o chefe de Estado, "impõe-se, pois, em consequência, renovar uma vez mais o estado de emergência, para permitir ao Governo continuar a tomar as medidas mais adequadas para combater esta fase da pandemia, enquanto aprove igualmente as indispensáveis medidas de apoio aos trabalhadores e empresas mais afetados".
Este foi o décimo primeiro diploma do estado de emergência que Marcelo Rebelo de Sousa submeteu ao parlamento no atual contexto de pandemia de COVID-19.
Em Portugal, morreram 14.718 pessoas dos 774.889 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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