A carga do avião, proveniente do Dubai e que hoje aterrou na capital etíope, Adis Abeba, inclui também viseiras, óculos, luvas e ventiladores para doentes em estado crítico, segundo explicou, em conferência de imprensa, a porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), Elisabeth Byrs.

A partir do aeroporto de Bole, na Etiópia, os materiais e equipamentos, que se destinam prioritariamente a proteger os médicos, enfermeiros e outros trabalhadores de saúde, serão distribuídos pelos países vizinhos como o Djibuti, Eritreia, Somália, Tanzânia e Sudão.

A carga inclui doações da fundação Jack Ma, dirigida pelo fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, e do primeiro-ministro da Etiópia e prémio Nobel da Paz 2019, Abiy Ahmed.

O voo integra o plano logístico estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Programa Alimentar Mundial (PAM) para aumentar a disponibilidade mundial de material de proteção, suja escassez colocou, nas últimas semanas, países em disputa direta pela sua aquisição.

Com este programa, as duas agências das Nações Unidas esperam transportar em média 100 milhões de máscaras e luvas, 25 milhões de ventiladores, fatos e viseiras de proteção e 2,5 milhões de testes de diagnóstico.

Para isso serão usados centros logísticos criados na Bélgica, China, Etiópia, Gana, Malásia, Panamá, África do Sul e Emirados Árabes Unidos.

O objetivo é tentar cobrir pelo menos 30% das necessidades mundiais destes equipamentos médicos para responder à pandemia de covid-19.

A porta-voz do PAM sublinhou que para financiar o programa são necessários, no imediato, pelo menos 350 milhões de dólares (quase 320 milhões de euros), adiantando que foram recebidos até ao momento apenas 84 milhões de dólares (76,5 milhões de euros).

"Se não conseguirmos abastecer adequadamente os centros logísticos de ajuda humanitária para facilitar o armazenamento e transporte de equipamentos médicos, a resposta à covid-19 fica em risco nas zonas mais frágeis", disse.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em todo o mundo.

Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Em África, o número de mortes provocadas pela covid-19 ultrapassou hoje as 800 com mais de 15 mil casos registados em 52 países.