16 de janeiro de 2013 - 10h12
As mulheres que sofrem de enxaquecas acompanhadas de distúrbios visuais como “relâmpagos de luz” têm um risco aumentado para a ocorrência de ataques cardíacos e coágulos sanguíneos, indica um estudo norte-americano tornado público na terça-feira.
Ao longo dos 15 anos de estudo, realizado em 27.860 mulheres - das quais 1.435 sofriam de enxaquecas - foram registados 1.030 casos de ataque cardíaco, derrame ou morte por problema cardiovascular, indica um comunicado da Academia Americana de Neurologia. 
"Depois da pressão alta, a enxaqueca com aura é o segundo maior fator de risco para a ocorrência de ataques cardíacos e derrames", disse o coordenador da investigação, Tobias Kurth, citado pela agência France Presse.
A enxaqueca com aura é o tipo de enxaqueca menos comum e caracteriza-se por fortes dores de cabeça precedidas por um distúrbio neurológico que desencadeia alterações dos campos visuais, como breves relâmpagos de luz ou enevoamento da vista.
"A enxaqueca está à frente da diabetes, do tabaco, da obesidade e do histórico familiar de doença cardíaca", acrescentou o neurologista do Hospital Bringham para Mulheres, em Boston, e do Instituto Nacional de Saúde francês.
De acordo com este estudo, os riscos cardíacos para mulheres que sofrem de enxaqueca são três vezes maiores do que para aquelas que sofrem de enxaqueca sem este distúrbio, explicou o médico.
Um segundo estudo divulgado pela mesma academia indica que as mulheres que sofrem de enxaqueca com aura e tomam contracetivos hormonais são mais atreitas ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos.
Os dois estudos serão apresentados no encontro anual da Academia, previsto para março em San Diego, na Califórnia.
Nuno de Noronha com AFP