Segundo a plataforma de recolha de fundos para esta "greve cirúrgica", desde o dia 15 de outubro e até hoje a meio da tarde, tinham sido já angariados mais de 301 mil euros, quando o objetivo seria alcançar os 300 mil euros até 5 de novembro.

Trata-se de uma espécie de “fundo solidário” para poder ajudar os profissionais que decidam aderir a este protesto e que ficarão assim sem salário durante o período que durar a greve, que é para já indeterminado.

A greve por tempo indeterminado, ainda sem início definido, está a ser projetada para os blocos operatórios de três grandes hospitais públicos.

Há cerca de duas semanas, aquando da manifestação nacional de enfermeiros em Lisboa, a bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, tinha dado conta publicamente da criação “espontânea e informal” deste grupo de enfermeiros, que projeta uma greve prolongada em três blocos operatórios: Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, São João, no Porto, e Santa Maria, em Lisboa.

Para que uma "greve cirúrgica" avance, será sempre necessária a convocação por parte de um sindicato.

Pelo menos dois sindicatos indicaram já que pretendem apoiar e convocar esta paralisação: o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e a Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE).

Com esta greve, e segundo a página na Internet criada para angariar fundos, os enfermeiros acreditam que serão “canceladas e adiadas muitas cirurgias, causando constrangimentos económicos ao Estado”.

Este modelo de paralisação nasce porque este grupo de profissionais entende que “as formas de luta até hoje adotadas, sendo válidas, não lograram alcançar legítimas pretensões” dos profissionais.

O grupo promotor da iniciativa recorda que os enfermeiros “não têm carreira digna”, não progridem “há mais de 13 anos” e têm vencimentos baixos para licenciados.