O governante traçou o cenário do país durante a sessão de informações do Governo aos deputados da Assembleia da República, acerca de uma doença em que o país tem dos piores indicadores do mundo, segundo as Nações Unidas.
O ministro considerou que a queda do número de óbitos por malária resulta da atenção que o setor está a concentrar nas doenças que mais óbitos provocam no país, apesar do contexto dificultado pela pandemia de covid-19.
"O Ministério da Saúde continuou a prestar a devida atenção ao controlo das doenças mais prevalentes no país e a manter em funcionamento os serviços de promoção da saúde", destacou Tiago.
O governante disse ainda que, apesar de o número de óbitos notificados ter baixado no último ano, a cifra de casos de malária registados cresceu para 11,3 milhões de casos (cerca de 426.000 casos adicionais).
As notificações de casos e mortes por malária são as que são registadas pelo sistema de saúde, mas os casos reais e respetivas mortes são geralmente muito superiores: de acordo com o mais recente relatório sobre malária no mundo publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) há quatro meses, Moçambique terá registado em 2019 cerca de 15.000 mortes por malária (valor que desceu até 2016 mantendo-se desde então praticamente inalterado), o que o coloca como o quinto país do mundo com mais mortes, responsável por 4% de todos os óbitos por malária a nível global.
O ministro da Saúde deu outro exemplo do que disse ser a atenção das autoridades face a doenças que historicamente mais preocupações provocam, no caso, o HIV/sida.
"Nesta área, mesmo no contexto da covid-19, continuamos com a expansão do número de unidades sanitárias que providenciam tratamento antirretroviral, tendo passado de 1.582 unidades sanitárias, em 2019, para 1.633 unidades sanitárias, em 2020", destacou.
Em relação à tuberculose, em 2020, a taxa de notificação cresceu 28% em relação a 2019, ano em que um total de 95.100 pessoas foram tratadas.
"Em 2020, verificou-se também uma melhoria em relação ao tratamento da tuberculose multirresistente, com 70% dos doentes tratados com sucesso", representando um aumento em relação a 2019, frisou.
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