Vencedor de mais de oito centenas de distinções, nos cinco continentes, João Taborda tinha "um currículo escondido" na fotografia, como confessou em entrevista à agência Lusa, em 2017, ano em que conquistou o primeiro lugar na categoria Rostos e Personagens, dos Prémios Internacionais de Fotografia de Siena, e em que levou as suas imagens a uma Prova de Contacto da Fnac.
Médico reformado, especialista em Pneumologia, que continuou a exercer no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e depois em Sesimbra, onde morava, João Taborda foi homenageado pela câmara desta localidade, no final do ano passado, com uma exposição na Biblioteca Municipal, inaugurada em 14 de dezembro, e com a atribuição do Medalhão da Vila, aprovada por unanimidade, em reunião de vereadores, em 20 de novembro.
Em entrevista à agência Lusa, em 2017, João Taborda disse que o gosto pela fotografia surgiu na adolescência, com o pai e o avô, detentor de um laboratório, embora no início da carreira passasse meses sem fotografar, porque o exercício da Medicina o ocupava “de manhã à noite”.
Fez parte da direção da Associação Portuguesa de Arte Fotográfica, de 1990 a 1993, ganhou o Grande Prémio de Arte Fotográfica do Diário de Notícias, em 1992 e 1993, e fez parte do júri de diversos salões de fotografia, nacionais e internacionais.
João Taborda conquistou mais de 800 prémios, entre medalhas e menções honrosas, como as 150 medalhas de ouro de concursos internacionais, promovidos por entidades como a Sociedade Americana de Fotografia e as federações de países e regiões como Argentina, Bósnia, Índia, Roménia, Finlândia e Catalunha.
Em 2017, foi convidado pela direção da PSP a fazer o livro dos 150 anos desta força policial. Na altura, a fotografia de uma mulher, coberta pela bandeira portuguesa, que captou entre a multidão de um festival de música, foi uma das vencedoras dos Prémios Internacionais de Fotografia de Siena, que elegeu as 42 imagens mais significativas do ano.
João Taborda, que morreu na madrugada de hoje, encontrava-se internado num hospital de Lisboa.
Ao longo do seu percurso, procurou sempre "uma fotografia humanizada”, "numa linha que passa pelo cérebro, pelo olhar e pelo coração”, como então disse à Lusa, citando o fotojornalista Henri Cartier Bresson, que tinha por referência.
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