"São pessoas que não estão a ter tratamento em Moçambique porque alegam que preferem ter nos seus países de origem", disse à Lusa Rui Senda, oficial sénior de programas da Fundação para Desenvolvimento da Comunidade (FDC), uma das entidades parceiras.
Em causa estão prostitutas que fazem testes a VIH em Moçambique, mas que, quando o resultado é positivo, não fazem o tratamento no país, alegando que farão no país de origem.
Segundo Senda, o tratamento não é iniciado em unidades de saúde moçambicanas porque temem que se descubra serem estrangeiras que entraram ilegalmente no país.
"Este é um momento de discussão de ideias para elaborar propostas", disse, no final de um encontro em Maputo, que juntou o Governo e diversas entidades, na quarta e na quinta-feira.
O debate é promovido pelo Fundo Global de Luta contra Sida, Tuberculose e Malária, que aprovou no último ano um total de 750 milhões de dólares (675 milhões de euros) para o combate àquelas doenças em Moçambique até 2030.
O número de mortes e nova infeções por VIH baixou em 2018, segundo dados do Conselho Nacional de Combate ao Sida (CNCS) de Moçambique: a doença matou 53.886 pessoas contra 54.765 em 2017 e registaram-se 145.038 novas infeções contra 146.638 no ano anterior.
Mais de 1,2 milhões de moçambicanos estavam em tratamento antirretroviral em 2018, um aumento em relação ao ano anterior, em que o valor era pouco superior a 1,1 milhões.
Dados oficiais indicam que 13,2% da população moçambicana com idade entre 15 e 49 anos está infetada pelo VIH.
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