Numa intervenção na sessão de abertura da Portugal Smart Cities Summit, Matos Fernandes destacou que “é absolutamente essencial” a condução de políticas que deem confiança às pessoas no uso do transporte coletivo, depois da quebra verificada durante a pandemia.
“Não há volta a dar. Não pensem de outra forma. Neste momento a oferta de transportes coletivos em cidades como Lisboa e Porto é a mesma que era há dois anos. A procura é de apenas 60%”, disse, sublinhando que estão a ser feitos investimentos “certamente relevantes” e o “impacto brutal” da redução do preço dos passes mensais.
“Não há ninguém, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, que nalgum momento possa dizer [que] é mais barato ir de carro numa deslocação. Isso não existe. Ou seja, é mesmo falta de vontade”, acrescentou.
Matos Fernandes destacou ainda a relevância que as cidades têm na mudança e no caminho da descarbonização até 2050, lamentando que a cimeira do Ambiente, realizada em Glasgow, não tenha ido "tão longe como se devia ir”.
“Sei que o esforço é enorme e só as cidades e as autarquias sabem bem fazer e interpretar aquilo que é a obrigação que todos temos de sermos neutros em carbono em 2050”, destacou Matos Fernandes, salientando que “só as cidades e as autarquias e os seus responsáveis políticos locais” são capazes de escolher “as políticas mais certas para os territórios urbanos, porque só assim nós conseguimos mesmo fazer este caminho”.
A Portugal Smart Cities Summit, organizada pela Fundação AIP, teve hoje início em Lisboa e até quinta-feira terá 12 sessões com mais de 70 oradores que procuram abordar como é que as novas tecnologias podem ajudar as cidades a serem mais eficientes e sustentáveis.
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