
“Nunca usarei a situação de crianças ou de doentes para fazer demagogia política. O que farei é assumir a responsabilidade de executar e de fazer”, afirmou Adalberto Campos Fernandes na comissão parlamentar de Saúde, em resposta ao deputado do PSD Ricardo Batista Leite.
Para o ministro da Saúde, em relação aos problemas da ala pediátrica do São João, no Porto, o atual Governo “está a resolver o problema” que o anterior executivo não resolveu.
“O topete com que o senhor deputado é capaz de pegar no exemplo da ala pediátrica para fazer de conta que esteve ausente do país nos últimos anos”, disse Campos Fernandes, dirigindo-se ao deputado social-democrata, recordando que a nova ala do São João é uma questão que se arrasta há uma década.
O ministro referiu-se à situação do São João como estando “cheia de incidências e talvez de ilegalidades”.
Na segunda-feira, o governante tinha adiantado que pediu a intervenção da Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) para esclarecer se a situação das crianças seguidas no São João podia ter sido evitada.
Hoje, voltou a justificar este pedido à IGAS como um pedido de esclarecimento: “[Para] saber se foi feito tudo o que deveria. Não estamos certos de que não havia possibilidade de minorar as condições daquelas crianças. [O pedido de intervenção da IGAS] não é para penalizar ninguém”.
Para Adalberto Campos Fernandes, é “um exercício de absoluta desonestidade intelectual política” por parte do PSD usar a situação da ala pediátrica do São João como se o assunto tivesse “nascido ontem”.
A falta de condições de atendimento e tratamento de crianças com doenças oncológicas foi denunciada na semana passada por pais de crianças doentes que são atendidas em ambulatório e também na unidade do ‘Joãozinho', para onde são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João.
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