De acordo com a Procuradoria, os factos em causa remontam a 20 de agosto de 2010, quando a vítima, então com 13 anos, recorreu aos serviços de urgência do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Chaves, levada pelos pais, com queixa de fortes dores de barriga generalizadas e de vómitos frequentes.

A vítima foi atendida, observada e acompanhada por um dos arguidos, médico pediatra no centro hospitalar, que durante o internamento da vítima, e face à evolução clínica desta, solicitou a colaboração do outro arguido, também médico, mas da especialidade de cirurgia.

A vítima veio a morrer dois dias depois, a 22 de agosto de 2010, como consequência, segundo o MP, “de lesões de perfuração do duodeno, derivadas de úlcera duodenal”.

O Ministério Público considera que “os arguidos nem valorizaram convenientemente os sintomas que a vítima apresentava e que só por si eram suscetíveis de conduzir à identificação do mal que a afligia, nem aprofundaram os estudos, nomeadamente analíticos e imagiológicos, com vista ao diagnóstico”.

Os dois médicos são acusados pelo MP pela prática de “um crime de homicídio negligente” cada.

A acusação já foi deduzida em junho mas só hoje divulgada pela Procuradoria Distrital do Porto.