Método simplifica a complexa produção de proteínas farmacêuticas
Estudo pode ajudar melhorar o tratamento várias doenças e condições de saúde
A complexa produção de proteínas, usadas em muitos medicamentos, pode ser, a partir de agora, mais simples graças a uma equipa de investigadores da Universidade de Arkansas, nos EUA.
O fabrico atual de proteínas farmacêuticas envolve a separação e limpeza de compostos contaminantes para alcançar a proteína alvo, um processo longo e caro.
Uma equipa de investigadores, liderada pela investigadora Ellen Brune, criaram uma série de linhagens personalizadas das bactérias Escherichia coli que detetam conjuntos de proteínas contaminantes, erradicando-os de imediato.
O estudo baseou-se na criação de raízes de "Lotus" E. coli. Lotus é um conjunto de linhagens celulares otimizadas para trabalhar com técnicas de separação. O sucesso desta criação atingiu-se com o processo da bio-separação e manipulação genética, removendo as secções de ADN que codificam regiões contaminantes. O trabalho simplifica o processo de purificação antes mesmo do início da produção de proteínas farmacêuticas.
"Milhões de pessoas em todo o mundo estão a sofrer de doenças tratáveis porque os fabricantes não podem arcar com a produção dos medicamentos que elas necessitam. Essas empresas têm que gastar muito tempo e dinheiro para chegar ao material final. O nosso trabalho aborda este problema. As nossas linhagens celulares reduzem o lixo, por assim dizer, antes que o processo de fabricação comece", explica Brune.
O estudo tem potencial para ajudar a melhorar o tratamento de uma variedade de doenças e condições de saúde, incluindo diabetes, cancro, artrite e degeneração macular.
Anualmente, as empresas farmacêuticas gastam cerca de 8 mil milhões de dólares por ano a tentar limpar estes contaminantes durante a produção. Brune compara o processo a fazer sumo de laranja, misturando a casca e as sementes juntamente com o bagaço da laranja. Uma vez que o sumo é feito, os produtores teriam então que filtrar os pedaços de sementes e casca. "O nosso método separa as proteínas contaminantes antes de 'fazer o sumo", conclui a investigadora.
30 de agosto de 2012
@SAPO
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