Numa sala com mais de 50 médicos, enfermeiros e auxiliares especializados prontos a intervir, a menina nasceu por cesariana para evitar o risco de infeção daquele órgão.

Durante os exames normais do período gestacional, os médicos detetaram uma ectopia cardíaca na criança: a menina estava a desenvolver-se com o coração fora do corpo e sem osso esterno.

Esta malformação congénita caracteriza-se pela localização do coração fora da cavidade torácica do recém-nascido, geralmente na superfície externa anterior (na frente) da cavidade torácica ou deslocado para a cervical ou abdómen.

A anomalia pode ocorrer nos dias 14, 15 ou 22 da gravidez e tem uma prevalência muito baixa: cinco em cada um milhão de nascimentos. Apenas 30% das crianças sobrevivem mais de 5 anos.

"É uma verdadeira lutadora", comentam os pais, Naomi Findlay, de 31 anos, e Dean Wilkins, de 43, citados pela BBC.

Os pais, após alguns testes e exames, foram aconselhados a interromper a gravidez, porque as "hipóteses de sobrevivência eram quase zero", referiu Dean. "Ninguém acreditou que ela ia sobreviver, exceto nós", diz o pai.

A mãe afirma que não teria sido capaz de abortar, principalmente depois de ter visto o registo dos batimentos cardíacos logo às nove semanas de gestação. "Deu-me força para continuar", justifica.

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