Nesta megaoperação participaram em simultâneo 67 países - entre os quais 24 estados-membros da União Europeia (UE) - através de diversos organismos oficiais, como entidades policiais, aduaneiras e de fiscalização alimentar, tendo sido realizadas diversas ações de fiscalização direcionadas a operadores económicos que desenvolvem a sua atividade no setor alimentar.

A operação estendeu-se a todo o circuito produtivo e comercial, incluindo portos e aeroportos, tendo sido detetados produtos como carne imprópria para consumo, leite em pó para bebé falsificado, atum tratado quimicamente, entre outros.

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Atum manipulado para parecer fresco

Durante esta operação, decorreu ainda uma ação coordenada pela UE, através da EU Food Fraud Network (em que a ASAE é a representante nacional) envolvendo 11 dos países, incluindo Portugal, com o objetivo de detetar práticas fraudulentas em atum.

"Estas práticas ilícitas incluíam a troca de espécies e a venda ilegal de atum destinado a conserva como fresco, após tratamento químico que lhe conferiam uma aspeto e coloração de atum fresco, tendo sido apreendidas, na globalidade, mais de 50 toneladas de atum e mais de 380 amostras colhidas", explica a ASAE em comunicado.

Em Portugal, participaram na operação a ASAE e a Autoridade Tributária e Aduaneira. Como resultado destas ações de inspeção realizadas, a nível nacional, foram apreendidas 357 toneladas de géneros alimentícios incluindo carnes e produtos cárneos, produtos da pesca (frescos e congelados), moluscos bivalves, produtos pré-cozinhados, queijos, mel, pão, frutos e vegetais.

Foram ainda capturadas cerca de 150 000 unidades de produtos em situação ilegal, incluindo ovos, suplementos alimentares e queijo, e cerca de 34 000 litros de vinho, 5 300 litros de leite, 1 700 litros de bebidas espirituosas e 320 litros de azeite.

"As principais infrações verificadas foram a falsificação de géneros alimentícios, fraude sobre mercadorias, géneros alimentícios impróprios para consumo, indução em erro ao consumidor, usurpação de DOP e IGP, incumprimento dos requisitos legais específicos ao nível do setor alimentar", explica a ASAE.

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Na sequência da operação, foram instaurados 30 processos crimes, mais de 200 processos de contraordenação e ainda detidos 22 indivíduos.

"Entre os principais objetivos da OPSON VII destacam-se a identificação e desmantelamento de redes de crime organizado envolvidas na produção e/ou comercialização de produtos alimentares objeto de práticas fraudulentas, o reforço da cooperação entre diferentes autoridades e sensibilização dos cidadãos para os perigos associados à Fraude Alimentar, particularmente decorrentes da falsificação e adulteração de géneros alimentícios", conclui a ASAE.