Médicos estagiários nos cinco principais hospitais do país começaram a enviar cartas de demissão antes de deixaram formalmente o serviço na terça-feira, uma ação coletiva decidida numa reunião de emergência da Associação de Internistas da Coreia, na semana passada.
O hospital de Asan, em Seul, disse que vários estagiários e internistas enviaram cartas de demissão e que estava a tentar reagendar cirurgias e outros tratamentos médicos marcadas para alguns pacientes.
O hospital Severance, também na capital, disse que alguns médicos estagiários entregaram cartas de demissão e explicou que ia tentar reagendar cirurgias.
A imprensa sul-coreana referiu que centenas de médicos estagiários em outros hospitais já enviaram cartas de demissão, levando ao cancelamento ou adiamento de cirurgias oncológicas e outros procedimentos.
O Ministério da Saúde sul-coreano disse que estava a tentar perceber quantos dos 2.700 médicos estagiários nos cinco hospitais apresentaram a demissão. A Coreia do Sul tem cerca de 140 mil médicos profissionais.
A Associação Médica da Coreia, que representa os médicos, disse que pretende realizar manifestações de apoio aos médicos estagiários, mas ainda não decidiu se irá juntar-se às greves.
O vice-ministro da Saúde, Park Min-soo, expressou “profundas preocupações e arrependimentos” pela decisão dos médicos estagiários. Park, citando a legislação em vigor, disse que o Governo ordenou aos estagiários que continuassem em serviço.
Esta manhã, o primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, anunciou que iam ser tomadas medidas para evitar que a ação dos médicos estagiários prejudique o atendimento de emergência a pacientes.
Han garantiu que mais de 400 centros de tratamento médico de emergência vão permanecer abertos 24 horas por dia em toda a Coreia do Sul e acrescentou que o Governo vai recorrer a médicos militares se a situação piorar.
Sindicatos de médicos e o Governo sul-coreano têm vindo a discutir um plano governamental para aumentar em duas mil o número de vagas em faculdades de Medicina, a partir de 2025.
As autoridades de saúde consideraram ser urgente ter mais médicos, dado o rápido envelhecimento na Coreia do Sul, apontando que o rácio entre o número de profissionais e a população é dos mais baixos entre os países desenvolvidos.
Mas os sindicatos alertaram que o plano pode resultar numa competição entre profissionais, levar à realização de tratamentos médicos desnecessários e representar um fardo para o sistema público de seguro de saúde.
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