9 de abril de 2013 - 11h55
Um grupo de clínicos elaborou um manifesto com o objetivo de “unir os médicos na defesa da medicina e do Serviço Nacional de Saúde”, documento que será hoje apresentado e que serve de base a uma candidatura à Ordem.
Os autores do manifesto interpretam “com muita preocupação a profunda crise económica, social e de valores” e afirmam que a situação se reflete "na saúde deste país”.
Com o manifesto, que será hoje apresentado na Ordem dos Médicos, os subscritores assumem “o compromisso de criar uma plataforma de ideias e propostas, capaz de unir os médicos na defesa da medicina e do Serviço Nacional de Saúde”.
O documento, a que a agência Lusa teve acesso, reúne um conjunto de orientações que passam pela defesa da qualidade da medicina em todos os contextos.
“Hospitais públicos e privados, centros de saúde, clínicas e consultórios privados e estruturas comunitárias. Estabelecer níveis de qualidade mínimos exigíveis e premiar as boas práticas”, lê-se no manifesto.
Os autores defendem “uma formação de qualidade reconhecida a nível internacional, promovendo a atualização constante de conhecimentos”, e propõem-se a “facilitar e promover a interação entre a Ordem dos Médicos e os seus associados”.
Tal deverá ser feito através da “institucionalização de visitas regulares de delegados da Ordem dos Médicos aos hospitais públicos e privados, aos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e outras instituições onde trabalhem médicos”, mas também com recurso a formatos eletrónicos como redes sociais, fórum online e e-mail”.
Este grupo quer motivar os clínicos a participarem ativamente na vida da Ordem dos Médicos e defendem a dignificação do funcionamento de todos os sistemas de saúde em Portugal.
No documento é proposta a promoção de uma campanha de marketing positivo da profissão médica e de diálogo com outros grupos profissionais.
“Tornar mais eficaz e célere o processo de decisão na Ordem dos Médicos, apoiando uma revisão de estatutos” é outra das medidas propostas.
Os subscritores defendem ainda a ativação de “instrumentos de solidariedade para os médicos em dificuldades financeiras”, já que “é cada vez mais frequente haver colegas penalizados pela crescente crise que se vive”.
No manifesto fica expressa a intenção de “combater a medicina defensiva que condiciona as boas práticas e consome recursos”.
“O aumento de conflitualidade social e interesses colaterais geraram uma medicina defensiva que deve ser contrariada pela intervenção técnica dos Colégios de Especialidade ou pelo recurso à implementação de normas de orientação clínica”, lê-se no documento.
Este manifesto – encabeçado pelo médico Manuel Brito - constitui a base programática de uma candidatura à secção regional do sul da Ordem dos Médicos, que terá eleições em novembro.
Lusa