18 de agosto de 2014 - 15h57

A ONG Médicos do Mundo está a promover uma petição pelo acesso ao aborto seguro, que será entregue na ONU, tendo em conta que a interrupção da gravidez sem segurança mata anualmente 50 mil mulheres, divulgou hoje a organização.

De acordo com a nota da organização não-governamental de ajuda humanitária e cooperação para o desenvolvimento, a interrupção da gravidez sem condições de segurança provoca anualmente incapacidades a oito milhões de mulheres em todo o mundo.

“Mais de 20 milhões de mulheres em todo o mundo interrompem a gravidez sem condições de segurança devido ao aborto ser ilegal nos seus países”, referiu o comunicado.

“Apesar dos chefes de Estado e de Governo terem acordado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada em 1994, no Cairo, no acesso universal ao planeamento familiar e a serviços de saúde sexual e reprodutiva, igualdade de género, empoderamento das mulheres e igualdade de acesso à educação, passados 20 anos o aborto sem condições de segurança mata uma mulher a cada dez minutos”, referiu ainda a ONG.

No dia 22 de setembro, em Nova Iorque, será discutida a continuação do programa de ação acordado na capital egípcia durante uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU.

“Neste contexto, a petição agora lançada junto da classe médica apela a todos os Estados para que tomem as medidas necessárias à eliminação das barreiras que impedem as mulheres de escolher livremente ter ou não filhos, à melhoria do acesso a métodos contracetivos modernos e à legalização da interrupção médica da gravidez”, indicou o documento.

A iniciativa da Médicos do Mundo insere-se na campanha internacional “Names not Numbers”, que a organização lançou por ocasião do Dia Internacional da Mulher (08 de março), e que defende o acesso universal à contraceção e ao aborto seguro e legalizado.

O texto da petição, que está disponível no sítio eletrónico da Médicos do Mundo (www.medicosdomundo.pt), pode ser subscrito enviando o primeiro e último nome, assim como indicação da especialidade médica, para comunicação@medicosdomundo.pt.

Através do portal www.names-not-numbers.org, de acordo a ONG, outras pessoas poderão participar enviando um postal com o nome de uma das vítimas a Ban Ki-moon, o secretário-geral das Nações Unidas, ou partilhando o mesmo nas redes sociais.

Por Lusa