O Estado vai poupar mais de 300 milhões de euros em medicamentos vendidos nas farmácias só este ano, estima a indústria farmacêutica, que pede ao Governo para não avançar com as novas medidas previstas nesta área.

Num encontro com jornalistas, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) disse que o mercado de medicamentos vendidos em ambulatório vai ultrapassar as metas previstas em termos de redução da despesa.

Para os laboratórios, é certo que, além da baixa de preço dos medicamentos, os portugueses estão a comprar menos remédios.

No final deste ano, o volume de vendas de medicamentos em farmácias será menor em 450 milhões de euros relativamente a 2010.

Isto significa uma redução de 13 a 14 por cento e implicará, no entender da Apifarma, uma poupança para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) superior a 300 milhões de euros.

“É muito para lá do que tinha sido pensado para este ano e do que tinha sido exigido pela ‘troika’”, frisa o presidente da associação, João Almeida Lopes.

Por isso, os laboratórios recomendam ao Governo que analise bem se quer avançar com novas mexidas na política do medicamento, mesmo as contempladas no memorando de entendimento assinado com a ‘troika’: “Não devemos olhar para o memorando da troika como uma cartilha que seja para seguir completamente à letra”.

Entre as medidas previstas no memorando estão a revisão do sistema de referência para o preço dos fármacos, a obrigatoriedade da prescrição por substância ativa e a baixa do preço dos genéricos, bem como tornar mais fácil a sua entrada no mercado.

O presidente da Apifarma contestou ainda um aumento da despesa com medicamentos em meio hospitalar, uma preocupação recentemente assumida pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira.

Para Almeida Lopes, é necessário afinar a fiabilidade dos números do Ministério da Saúde que apontam para esse crescimento, já que a indicação dos vários laboratórios é a de que essa despesa estará a diminuir.

20 de outubro de 2011

Fonte: Lusa