Maria Clara Oliveira, delegada sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap) no Hospital de Ponta Delgada, em São Miguel, sustentou à agência Lusa que um dos motivos principais para a greve tem a ver com o pedido de "aplicação do horário das 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores".

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“Uns fazem 40 e outros fazem 35 e as pessoas sentem-se injustiçadas porque fazem trabalhos iguais, mas trabalham mais horas”, declarou a delegada sindical, após ter distribuído no exterior do Hospital do Divino Espírito Santo panfletos sobre as razões da paralisação aos utentes.

Maria Clara Oliveira afirmou que a luta visa também "repor a justiça nos vencimentos", alegando que há trabalhadores "com 20 anos de serviço e que ainda estão com ordenados de 500 e tal euros".

E prosseguiu: “A nossa outra luta é por causa da progressão da carreira dos trabalhadores”, disse, defendendo ainda o reforço dos recursos humanos nos respetivos quadros de pessoal dos hospitais EPE (Entidade públicas empresariais) e a possibilidade de inscrição na ADSE para todos os trabalhadores.

Maria Lourenço, utente, que desconhecia que os trabalhadores do setor público da Saúde iriam estar hoje em greve, afirmou que a sua consulta programada para hoje não foi cancelada, apesar de "não ter visto" as habituais funcionárias no atendimento.

“Não sabia da greve”, disse, por seu turno, Maria Ponte, à Lusa, assegurando, no entanto, que o filho foi atendido na consulta do dentista.

A greve não prejudicou também a realização das análises que Lurdes Pedro tinha agendado para hoje, confirmou a própria.
Mas, para a utente Teresa Medeiros, a ida ao Hospital de Ponta Delgada acabou por ser "em vão", já que o filho tinha programado um tratamento que acabou por não se realizar devido à greve.

Fonte da tutela na região remeteu para mais tarde o apuramento dos dados oficiais.

A paralisação nacional começou hoje às 00:00 e prolonga-se até às 24:00 de quinta-feira.

A greve foi convocada pelo Sintap que reivindica a aplicação do regime de 35 horas de trabalho semanais para todos os trabalhadores, progressões na carreira, o pagamento de horas extraordinárias vencidas e não liquidadas são as reivindicações e aumentos salariais "justos que travem a degradação salarial".