Um inquérito recente*, promovido pela marca de saúde íntima Intimina, revela o impacto real da disfunção do pavimento pélvico na vida das mulheres. Quase metade (48,82%) afirma que esta condição limita a sua capacidade de realizar atividades físicas como fazer exercício, levantar pesos ou correr. Uma em cada quatro (29,5%) relata distúrbios de sono pelo menos uma vez por semana. Mais de um terço (46%) já evitou eventos sociais devido ao desconforto ou incontinência, e 39% chegou a evitar viajar pelas mesmas razões.

De acordo com Susanna Unsworth, ginecologista e especialista médica da Intimina,“é preocupante ver os resultados deste inquérito e constatar que tantas mulheres são afetadas por sintomas relacionados com o pavimento pélvico, com um impacto profundamente negativo na sua qualidade de vida – não só a nível social, mas também em atividades básicas do dia a dia, como o exercício físico, e até no sono, o que sabemos ter consequências sérias na saúde a longo prazo”.

Apesar da prevalência, a consciencialização continua muito baixa. De acordo com o referido inquérito, uma esmagadora maioria (75%) das mulheres acredita que devia haver mais educação pública sobre a disfunção do pavimento pélvico e os seus efeitos ao longo do tempo.

Quebrar o ciclo de silêncio

A disfunção do pavimento pélvico pode manifestar-se em todas as fases da vida de uma mulher — da menarca à gravidez, passando pela recuperação pós-parto e a menopausa. Mas, por falta de acesso à informação em gerações anteriores, muitas mulheres nunca aprenderam a cuidar destes músculos essenciais, nem a identificar os sinais de disfunção.

“Demasiadas mulheres enfrentam problemas porque nunca lhes foi ensinado como cuidar destes músculos vitais”, afirma Pilar Ruiz, Marketing and Communications Manager da Intimina em Espanha e Portugal. “É fundamental garantir que as mulheres tenham acesso à informação certa, para que não sofram em silêncio quando existem soluções. Ao educarmos as jovens desde cedo, podemos ajudá-las a prevenir problemas antes mesmo de surgirem e dar-lhes as ferramentas para tomarem as rédeas da sua saúde com confiança.”

Susanna Unsworth reforça: “Devíamos ensinar práticas saudáveis relacionadas com o pavimento pélvico desde cedo. Nas escolas, promovemos a importância do exercício físico, e os exercícios para o pavimento pélvico deviam fazer parte dessa abordagem. Na minha opinião, este tema devia ser incluído no currículo escolar, tal como acontece com a saúde menstrual”.

A boa notícia? Os problemas do pavimento pélvico são preveníveis e tratáveis. Através de educação e consciencialização desde tenra idade, as mães podem ajudar as suas filhas a criar hábitos saudáveis que as acompanharão ao longo da vida.

Como podem as mães ajudar as filhas a ganhar consciência sobre o pavimento pélvico?

Normalizar a conversa – Tal como se fala de menstruação, sexualidade ou contraceção, a saúde do pavimento pélvico deve ser integrada na educação sobre o corpo. Falar abertamente sobre temas como incontinência, dores menstruais ou recuperação pós-parto ajuda a eliminar o estigma.

Ensinar bons hábitos desde cedo – A prevenção começa na infância. Explicar a importância da postura, evitar esforço excessivo durante as evacuações e promover hábitos urinários saudáveis são passos importantes.

Incentivar o movimento e o fortalecimento – Tal como qualquer grupo muscular, o pavimento pélvico beneficia com o exercício. Atividades como ioga, pilates ou exercícios específicos como os Kegels, se bem executados, ajudam a fortalecer e relaxar os músculos.

Promover o descanso e o sono de qualidade – Muitas mulheres com disfunção do pavimento pélvico sofrem de perturbações do sono. Incentivar uma boa higiene do sono e explicar a relação entre o corpo e o descanso pode ter efeitos positivos duradouros.

Criar um futuro onde a saúde pélvica deixa de ser um mistério

Unsworth destaca ainda um ponto essencial para esta mudança: “Os bons hábitos de saúde começam muitas vezes em casa. Seria ótimo ver mais iniciativas que ensinem às recém-mamãs como cuidar do seu pavimento pélvico — esse é um momento ideal para introduzir este tipo de educação. Seria fantástico que todas as novas mães tivessem acesso a uma sessão com um fisioterapeuta para aprenderem a fazer os exercícios corretamente. E assim, no futuro, poderão transmitir esse conhecimento às suas filhas.”

Ainda assim, sublinha: “Nunca é tarde para começar. Muitas mulheres veem melhorias nos sintomas quando iniciam exercícios do pavimento pélvico. Procurar orientação de um fisioterapeuta é um excelente ponto de partida, para garantir que estão a fazer os exercícios da forma correta.”

“Esta não é apenas uma questão individual — é uma questão geracional”, acrescenta Pilar Ruiz, “Demasiadas mulheres crescem a pensar que sintomas como dor pélvica ou incontinência são normais, quando, na verdade, são evitáveis e tratáveis. Se começarmos a educar desde cedo, podemos quebrar o ciclo de silêncio e empoderar as gerações futuras para cuidarem da sua saúde com confiança”.

A Intimina desenvolveu uma gama de exercitadores de Kegel concebidos para ajudar as mulheres a fortalecerem o pavimento pélvico. Soluções como o KegelSmart, que ajusta automaticamente os níveis de exercício consoante a força muscular, ou os pesos vaginais Laselle, para treinos progressivos, permitem integrar estes cuidados na rotina. Estes dispositivos podem  acompanhar a mulher em diferentes fases da vida — do pós-parto à menopausa.

*O inquérito da Intimina foi realizado pela Censuswide em março de 2025 e envolveu 4.001 mulheres, com idades entre os 35 e os 55 anos, no Reino Unido, França, Espanha e Itália.

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