A duas semanas das eleições legislativas, o líder trabalhista Jeremy Corbyn agitou 450 páginas de documentos que, segundo ele, trazem revelações de seis sessões de negociação desde 2017, em Washington e Londres, entre representantes britânicos e americanos sobre as suas relações comerciais após a saída do Reino Unido da União Europeia.

"Esses documentos confirmam que os Estados Unidos exigem que o serviço nacional de saúde (NHS) esteja na mesa de negociações", afirmou. "Agora temos evidências de que, com Boris Johnson, o NHS está sobre a mesa e estará à venda".

Tratam-se de negociações secretas para um acordo com Donald Trump após o Brexit, um acordo que definirá o futuro do nosso país

"Tratam-se de negociações secretas para um acordo com Donald Trump após o Brexit, um acordo que definirá o futuro do nosso país", acrescentou. "Estas eleições são agora uma luta pela sobrevivência de nosso serviço nacional de saúde como serviço público, gratuito para todos", insistiu Corbyn.

Boris Johnson garante que a saída da União Europeia, prevista para 31 de janeiro após três adiamentos, permitirá ao Reino Unido recuperar o controlo de sua política comercial.

O presidente americano Donald Trump prometeu várias vezes um "magnífico acordo" após o Brexit, embora tenha dito recentemente que seria difícil caso houvesse um acordo de divórcio de Boris Johnson com a UE.

No final de outubro, Trump considerou "ridículas" as acusações segundo as quais os Estados Unidos queriam tirar proveito de um novo acordo comercial para colocar as mãos no sistema de saúde britânico.

Donald Trump é esperado na terça e quarta-feira em Londres para uma reunião da NATO.

Em desvantagem nas sondagens, e criticado pela sua indecisão sobre o Brexit, o Partido Trabalhista está a fazer campanha com um programa de extrema esquerda com nacionalizações e gastos exorbitantes, especialmente no NHS.