Esta população de doentes tem um risco aumentado de desenvolver formas mais graves de infeção por covid-19.
O objetivo, segundo o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, é gerar conhecimento sobre qual é o impacto na aquisição de imunidade (agora que os doentes estão a ser vacinados com a dose de reforço) e perceber por que motivo alguns doentes não conseguem adquirir defesas suficientes para combater a infeção.
Tal informação, segundo o oncologista e investigador Júlio Oliveira, será importante para a definição de estratégias que permitam aumentar a segurança dos doentes oncológicos, bem como reduzir o risco de ter complicações por covid-19.
Os investigadores pretendem descobrir quais são as características dos doentes que têm menor capacidade em “montar” esta resposta imunológica e que população de doentes está em maior risco.
Para já, o que se sabe é que a resposta não é igual em todos os doentes, uma vez que pacientes com tumores do sangue, assim como os doentes que se encontram em tratamentos ativos de quimioterapia/imunoterapia, parecem ter tendência a desenvolver uma menor resposta à vacina, no entanto, ainda existem poucos dados disponíveis sobre o impacto da dose de reforço.
O estudo, que está a ser realizado em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte, arrancou na semana passada e já incluiu mais de 100 doentes.
A amostra esperada são 400 doentes, por isso o IPO do Porto apela à colaboração das pessoas nesta investigação, em particular nas próximas duas a três semanas.
Cada doente que participe no estudo será convidado a colher três a quatro análises de sangue no período de um ano.
Numa primeira fase, o estudo vai incluir doentes do IPO do Porto, mas há a expectativa de alargar a doentes de outros hospitais, uma vez que este é um projeto a dois anos e terá mais desenvolvimentos.
A covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.447 pessoas e foram contabilizados 2.059.595 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
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