Em declarações à agência Lusa, Luísa Peixe, uma das investigadoras do i3S responsável pela iniciativa, contou que este curso surgiu da tentativa de "proporcionar à população portuguesa informações sobre a sua ancestralidade".
Denominado “Odisseia Genética” e divido em duas sessões complementares, o curso pretende capacitar os participantes de ferramentas que lhes permitam "interpretar corretamente os dados que são gerados".
"As pessoas podem fazer e comprar estes testes em algumas empresas, mas depois, quando recebem o relatório com os resultados, têm imensa dificuldade em interpretar os dados", certificou Luísa Peixe, membro do grupo de investigação em Genética Populacional Humana do i3S.
Na primeira sessão, que se realiza no dia 09 de março, os 30 participantes inscritos vão realizar testes de recolha de saliva e de extração e amplificação de ADN.
Através de um "chip comercial" composto por 800 mil marcadores genéticos, a equipa do i3S vai comparar e caracterizar a informação recolhida de todos os participantes e "descobrir o local genético de onde a pessoa é original".
Além do teste, o grupo de investigadores pretende ainda abordar temáticas relacionadas com a ética, os novos dados científicos sobre migrações de populações e a evolução da espécie humana.
"A maioria das pessoas que fazem estes testes ancestrais através das empresas, que são maioritariamente americanas, não sabem que as suas informações estão a ser depositadas em bases de dados públicas. Por isso, vamos também alertar as pessoas e chamar à atenção para estas questões", frisou a investigadora.
Já durante a segunda sessão, que decorre no dia 11 de março, os participantes residentes na zona Norte do país vão receber um relatório com os resultados individuais e as investigadoras vão ainda prestar "esclarecimentos personalizados".
À Lusa, Luísa Peixe adiantou que a equipa do i3S pretende ainda, durante este ano, realizar esta iniciativa em Lisboa.
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