A Bolsa D. Manuel de Mello, que premeia jovens médicos até 35 anos, entregou o seu prémio anual à investigadora Inês Correia de Sá pelo projeto desenvolvido no âmbito da cicatrização de pele.
A investigadora e docente da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) receberá um prémio no valor de 12.500 euros pelo projeto desenvolvido no âmbito da criação de novas estratégias terapêuticas que possam alterar o curso da cicatrização.
Segundo comunicado do Gabinete de Comunicação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), o objetivo final é aplicar estas novas estratégias "em doentes submetidos a cirurgia ou vítimas de queimaduras extensas que desenvolvam tecido cicatricial aberrante".
A investigadora, que reconhece que "as abordagens terapêuticas existentes na atualidade são amplamente mal sucedidas", afirmou à Lusa que a "ideia de tentar juntar uma área farmacológica com uma área da cirurgia plástica", duas áreas que são do seu interesse e com que lida diariamente, motivaram-na a desenvolver a investigação.
Começando por trabalhar na área da farmacologia, a docente e investigadora da FMUP passou igualmente a interessar-se pela cirurgia plástica, tendo ganhado curiosidade pela área da cicatrização.
"Comecei a interessar-me pela cicatrização, pelos mecanismos pelos quais a pele consegue cicatrizar e também pelo tratamento farmacológico ou como é que podemos farmacologicamente modelar essa cicatrização", disse.
Inês Correia de Sá referiu a pouca oferta existente para os doentes que tenham "uma alteração da sua cicatrização cutânea", mencionando também, a título de exemplo, o caso de doentes queimados cuja opção é a cirurgia.
"As cicatrizes, hoje em dia, condicionam limitações não só estéticas. Temos um aspeto muito importante destas cicatrizes que é o aspeto funcional", explicou Inês Correia de Sá, adiantando que as correções cirúrgicas são "muito limitadas" e que, em termos farmacológicos", há "muito pouco a oferecer".
O projeto vai ser realizado na FMUP e em parceria com o Centro Hospitalar de São João, onde serão recolhidos "tecidos de doentes submetidos a cirurgia no departamento, conforme autorização prévia", assim como "pele sem qualquer processo de cicatrização" e sangue, de forma a "tentar determinar quais são as diferenças que existem" nesses sistemas, não sendo aplicado qualquer tipo de fármaco ou substância.
"Penso que, no futuro, este projeto poderá ajudar esses doentes" concluiu a investigadora, que afirmou que a investigação pretende encontrar "novas estratégias e novas oportunidades clínicas para oferecer".
A entrega do prémio da Fundação Amélia da Silva de Mello, em parceria com a José de Mello Saúde, será realizada na próxima quarta-feira, pelas 14:30, no auditório do Hospitalcuf Porto.
O valor do prémio vai ser usado "única e exclusivamente" no desenvolvimento da investigação, garantiu a investigadora.
10 de julho de 2012
@Lusa
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