A introdução alimentar deve começar entre os quatro e os seis meses do bebé, obedecendo aos sinais de prontidão da criança. "Deve começar-se quando o bebé mostra indícios de que está pronto para iniciar a alimentação sólida. Um exemplo disso é quando o bebé começa a ter postura e a conseguir sentar-se", explica a nutricionista Patrícia da Costa Moura, especializada em nutrição materno-infantil e comportamental, no primeiro episódio do podcast "O importante é ter saúde" do SAPO Lifestyle.
"No caso dos bebés que fazem leite de fórmula artificial, aí a diversificação pode ser antecipada, mas nunca antes dos quatro meses, porque ainda não têm capacidade neurológica para começar a comer sólidos", acrescenta a pediatra Joana Martins, a outra convidada do novo podcast do SAPO Lifestyle conduzido pelo jornalista Nuno de Noronha.
"A janela dos quatro a seis meses é muito importante, porque está associada a alguma indução da tolerância imunológica aos alimentos, ou seja, num universo em que cada vez mais há alergias alimentares, nós sabemos que a introdução de alimentos neste intervalo induz alguma tolerância, ou seja, o nosso intestino aprende a tolerar os alimentos", adverte a médica.
Quando se entra no mundo dos métodos de introdução alimentar, é possível encontrar várias teorias sobre esquemas de introdução de sólidos na dieta dos bebés. "Diria quase que existem dois polos: o BLW, ou Baby-Lead Weaning, que é a alimentação guiada pelo bebé, e a alimentação tradicional, ou seja, aquele que consiste em oferecer alimentos sob a consistência de puré, como as papas, sopas e a fruta amassada, e ir evoluindo ao longo do tempo nas texturas", indica a nutricionista.
Neste último método, a autonomia do bebé é menos estimulada. "O bebé não se vai alimentar sozinho. Precisa sempre de um cuidador para que a alimentação de sólidos seja feita", refere Patrícia da Costa Moura.
"No BLW, nós oferecemos os alimentos inteiros, sempre com cuidados relativamente a cortes e texturas, e é o bebé que vai estar no controlo da sua alimentação. É ele que coloca os alimentos na boca. É sempre ele a gerir toda a alimentação", diz ainda.
"Frequentemente as pessoas têm tendência a polarizar, mas os extremos não são adaptáveis à vida real. Diria que é bastante difícil fazer um BLW puro. O mais importante é adaptar o esquema de diversificação à família e não a família a adaptar-se aos métodos de introdução alimentar", sublinha a Joana Martins.
"Mas todos os métodos de introdução são válidos e garantem a saúde do bebé", salvaguarda Patrícia da Costa Moura.
Segundo a nutricionista, os pais "devem tentar que a alimentação do bebé seja à base de produtos naturais, frutas e hortícolas, e que haja sempre o hábito de consumir este tipo de alimentos". "Se a família tiver hábitos de vida saudável, a criança deve seguir a alimentação da família", frisa.
"Ao mesmo tempo, deve evitar-se o consumo de alimentos processados, açúcares e sal", recomenda. De resto, a alimentação das crianças na primeira infância "não tem de ser de todo uma dor de cabeça", afirma.
Neste episódio, o jornalista Nuno de Noronha falou ainda com as convidadas sobre vantagens e desvantagens dos métodos de introdução alimentar, regras básicas de segurança e vigilância na alimentação e características essenciais de uma boa cadeira da papa.
O primeiro episódio do Podcast "O importante é ter saúde" do SAPO Lifestyle, sobre "Métodos de introdução alimentar", pode ser ouvido no Spotify.
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