O Ministério da Saúde espanhol confirmou esta quarta-feira que o consumo de atum adulterado e em mau estado de conservação levou à intoxicação alimentar de mais de 150 pessoas, a grande maioria em Espanha, mas também noutros países europeus, incluindo Portugal, avança o El Mundo.

No entanto, a Direção-Geral da Saúde ainda não confirmou essa informação.

Pelo menos 105 das intoxicações estão a ser associadas a uma marca espanhola, a Garciden.

Por outro lado, a agência espanhola do consumo, segurança alimentar e nutrição (AECOSAN) informou em comunicado que este ano emitiu 15 alertas devido à presença de elevadas concentrações de histamina no atum, que ocorrem devido a más condições de conservação do peixe.

Segundo o Ministério da Saúde espanhol, a intoxicação por atum com histamina não representa um perigo grave para a saúde, manifestando-se através de dores de garganta, vermelhidão, suores, náuseas, vómitos, dores de cabeça e eritema cutâneo.

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Medidas na UE

Esta semana, a União Europeia (UE) pediu a Espanha, país fornecedor do atum que provocou vários casos de intoxição em vários estados-membros, que tome medidas urgentes contra a fraude alimentar com atum adulterado.

A origem da crise está em lombos de atum descongelados vendidos como frescos em Espanha e que não foram preservados em conformidade com as exigências da lei europeia sobre preservação de alimentos.

Segundo o jornal espanhol El País, nesse peixe é injetado nitratos, extrato de beterraba e partículas de outros vegetais para que a comida pareça mais fresca. Esses aditivos contêm químicos que alteram a cor do peixe, fazendo-o parecer mais vermelho e fresco.

O caso está a ser tratado pela Guarda Civil espanhola, que tem para já sete pessoas na mira, embora pelo menos 13 empresas tenham sido já investigadas por suspeita de manipulação de produto.

O caso terá sido detetado pelas autoridades europeias em outubro, tendo afetado mais de 25 mil toneladas de atum e gerado lucros de 200 milhões de euros, segundo cálculos da União Europeia.