14 de fevereiro de 2014 - 13h31

A iniciativa “The Walking Dead”, promovida pelo Instituto do Sangue e que visa atribuir produtos daquela série televisiva em troca de sangue, conquistou 116 novos dadores em apenas sete dias, disse hoje à Lusa fonte da instituição.

A campanha, que está a decorrer desde o dia 07 de feveiro e está programada até ao próximo domingo, resulta de uma parceria entre o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) e o canal Fox, que transmite a série sobre mortos-vivos.

“Está a correr bastante bem. Até ao momento temos 116 pessoas que nunca tinham entrado numa campanha de dádiva de sangue. Tivemos 235 inscritos, dos quais resultaram 181 unidades colhidas, depois de passarem pelo habitual processo de avaliação”, disse à Lusa Gracinda de Sousa, do conselho diretivo do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), admitindo que até domingo este número possa crescer.

A campanha foi concebida pela Fox aquando do lançamento da quarta temporada da série norte-americana "The Walking Dead" e pretende levar o público-alvo da sequela dos mortos-vivos a tornar-se dador, possibilitando a troca do seu sangue por produtos da série.

“Trata-se de uma campanha virada para uma população jovem, desenhada por um canal de televisão para chegar a um público que é fã da série”, explicou a mesma responsável, adiantando tratar-se da segunda vez que o IPST e a Fox se juntam, depois de em 2012 terem feito campanha semelhante em torno da série norte-americana.

Dois anos depois, a Fox voltou a contatar os responsáveis do IPST, de acordo com Gracinda de Sousa, e estes resolveram aceitar a colaboração, depois de em 2012 terem conseguido, em cinco dias, a inscrição de 123 pessoas, das quais 81 novos dadores, com 79 unidades de sangue recolhidas.

“Ao contrário da outra campanha, esta ficou centrada em Lisboa, no centro comercial Dolce Vita Tejo [na Blood Store], e está a decorrer bastante bem. Pensamos que é necessário alertar os jovens para a dádiva de sangue e esta campanha insere-se precisamente nesse espírito”, explicou.

Gracinda de Sousa lembrou ainda que há dificuldades nesta altura do ano
em termos de dádivas, nomeadamente pelo surto de gripe que se atravessa e
pelo mau tempo que se faz sentir, reconhecendo que a campanha realizada
no centro comercial "é de extremo valor".

“Sabemos que as
pessoas vão aos centros comerciais com este tempo e, mesmo indo com um
objetivo diferente, ao verem uma loja deste tipo, dedicada a uma série
de que gostam, até podem interessar-se e querer ajudar”, sublinhou.

A
responsável do IPST sublinhou ainda que esta campanha poderá aumentar o
número de dadores no futuro, já que as pessoas ficam com um vínculo à
instituição, sendo posteriormente contatadas para explicar que podem
fazer novas dádivas.

Em Portugal, segundo Gracinda de Sousa, o intervalo entre dádivas é de três meses para os homens e de quatro para as mulheres.

No
fim desse prazo, os dadores recebem em casa uma informação a agradecer a
dádiva e dizer que podem fazer uma nova contribuição para o banco de
sangue.

Lusa