A partir de 10 de julho, aqueles que entrarem no território inglês partindo de locais com baixa taxa de infeção pela COVID-19 não serão obrigados a isolar-se, como foi o caso desde 8 de junho para britânicos e estrangeiros. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson antecipou que Espanha, França, Itália e Alemanha estão entre esses países, não se pronunciado sobre Portugal.

Essas isenções não se aplicam, porém, às pessoas que chegam ao Reino Unido pela Escócia, País de Gales, ou Irlanda do Norte, regiões autónomas que decidem as suas próprias medidas contra a pandemia do coronavírus. Nestes casos, as infrações continuarão a ser punidas com multa.

"Realmente espero que as quatro nações possam avançar no mesmo ritmo. Isso facilitaria muito as coisas para as pessoas, mas cabe-lhes a elas tomarem essas decisões", afirmou o ministro dos Transportes, Grant Shapps, à rede BBC.

O Reino Unido é um dos países europeus mais afetados pela pandemia, com pelo menos 44.000 mortes.

O número de casos está a diminuir rapidamente e o Executivo foi suspendendo neste mês, gradualmente, as restrições do confinamento imposto em 23 de março passado.

Neste sábado, Inglaterra dá o seu maior passo até agora no desconfinamento, com a reabertura de bares, restaurantes, hotéis e "campings", assim como cinemas e museus.

Johnson deve convocar o país a continuar agindo com prudência e responsabilidade, durante uma entrevista coletiva no final da tarde, especialmente depois que a cidade de Leicester, no centro da Inglaterra, teve de retornar ao confinamento esta semana, devido a um aumento significativo de infecções. "Ainda não estamos fora de perigo. O vírus ainda está connosco, e o pico em Leicester mostrou isso", dirá Johnson, conforme trecho de seu discurso antecipado por Downing Street.

A flexibilização da quarentena era uma medida esperada tanto pelo setor de turismo local quanto pelos britânicos, que este ano pareciam resignados a passar as férias de verão no seu país, em vez de voarem para as praias do sul da Europa ou do Caribe.

A sua imposição irritou as companhias aéreas, com algumas a adotar medidas legais contra o governo, e levou outros países a optarem por restrições semelhantes, com base no princípio de reciprocidade.

Patricia Yates, diretora do Visit Britain, escritório de turismo do Reino Unido, recebeu hoje o "impulso oportuno para o setor de turismo no início da alta temporada". Para a companhia aérea britânica EasyJet, foi um "gesto importante".