As mulheres fumadoras são menos propensas à obesidade ou a doenças relacionadas com esta síndrome, é a conclusão de uma investigação levada a cabo pela Agência Nacional de Saúde da Escócia. O estudo, que teve a longa duração de 28 anos, indica ainda que a população menos exposta a excessos, como o álcool e o tabaco, pode viver mais tempo.
Laurence Gruer, cientista e mentor da investigação, concluiu que 60 por cento das mulheres não fumadoras tinha excesso de peso.
Em entrevista à BBC, o cientista alerta para os perigos da obesidade, uma doença que pode gerar outro tipo de complicações, como a diabetes, ou promover a ocorrência de enfartes e insuficiências cardíacas.
A investigação, promovida pela Agência Nacional de Saúde da Escócia, inquiriu cerca de 8 mil mulheres, seleccionadas entre 1972 e 1976, com idades compreendidas entre os 45 e os 64 anos. Cerca de 40 por cento da população feminina analisada nunca tinha fumado. O especialista não descurou o facto de fumar ser um factor de risco para saúde, mas salientou que o excesso de peso é uma das maiores causas de morte prematura.
Os cientistas admitem que o declínio do número de fumadoras do sexo feminino ao longo das últimas décadas tem tido um impacto directo no aumento dos índices de obesidade.
O especialista assegurou também que o estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, conclui que pessoas originárias de classes mais desfavorecidas podem viver vidas saudáveis.
"Se uma pessoa nunca tiver fumado, se mantiver o seu peso num limite razoável, mesmo que venha de uma classe mais baixa e viva numa zona desvantajosa, pode esperar uma vida longa e saudável", arremata Laurence Gruer.
@Nuno de Noronha
01 de julho de 2011
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