Respondendo a uma questão colocada pelo CDS-PP na sessão plenária da Assembleia Municipal de Lisboa, Manuel Grilo (BE) afirmou que, dos quatro mil idosos identificados nas freguesias da Ajuda, Areeiro e Olivais, na fase piloto do projeto, que terminou em maio, cerca de metade tem entre 75 e 84 anos.

“Entre 15 a 20% destas pessoas identificadas não tinham médico de família e, portanto, houve um conjunto de operações realizadas com estas pessoas”, acrescentou o vereador com o pelouro dos Direitos Sociais.

O autarca do BE – partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS – explicou que o projeto “tem cerca de cinco níveis de intervenção de resposta, sendo que o 1 significa intervenção crítica a realizar no momento e 5 significa nível de intervenção planeada”, acrescentando que 91% dos idosos sinalizados correspondem ao último nível.

A primeira fase atingiu os seus objetivos” e “em julho do próximo mês arrancará a segunda fase do projeto com dez freguesias: Alcântara, Arroios, Beato, Estrela, São Domingos de Benfica, Marvila, Alvalade, Parque das Nações, Santa Clara e São Vicente”, avançou Manuel Grilo.

“No próximo mês de junho, a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa articularão intervenção no terreno e assinarão a carta de compromisso para início do projeto nas 10 juntas de freguesia para esta segunda fase”, acrescentou.

A Câmara de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia e um conjunto de outras entidades assinaram em setembro do ano passado um protocolo de colaboração para o desenvolvimento do Projeto Radar.

Na altura, o presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), explicou aos jornalistas no final da sessão que o projeto assenta em “três ideias fundamentais”.

“A primeira é criar condições para a atividade das pessoas. As pessoas hoje com mais de 65 anos estão muitas delas na plena capacidade da sua vida, querem participar na sociedade, na vida ativa, querem poder ler, poder ter acesso à cultura, querem poder ter acesso a novas formações que não tiveram”, indicou.

Em segundo lugar, afirmou, pretende-se criar “condições para que as pessoas até mais tarde possível vivam nas suas casas, com conforto e segurança”.

Além disso, o “Projeto Radar” visa dar “uma resposta para aqueles que têm necessidade de acompanhamento médico ou até de acompanhamento mais institucionalizado ao nível da residência”, realçou o autarca, na mesma altura.

Relativamente aos cuidadores informais, o bloquista referiu que será realizado um estudo sobre os mesmos e um plano de apoio aos cuidadores informais “e de suporte aos cuidados continuados no domicílio”, adiantando também que foi efetuada uma “candidatura a fundos europeus a um programa de telecuidado ao domicílio”.