O esclarecimento do CHULN surge na sequência de um comunicado divulgado hoje pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul que alertava para a “rotura iminente” de alguns serviços de urgência na área metropolitana de Lisboa, dizendo que no Hospital de São José, que faz parte do CHULC, por vezes, há apenas um médico para dezenas de doentes.

Numa resposta enviada à agência Lusa, o centro hospitalar assegura que as escalas do serviço de urgência geral e polivalente “integram médicos com plena autonomia para o exercício da profissão, incluindo clínicos de 23 especialidades, entre elas Medicina Interna”.

“No CHULC existe uma prática de gestão integrada das equipas, para a qual muito contribui o esforço de todos os profissionais, de modo a garantir a melhor qualidade assistencial aos doentes”, sublinha.

O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central lembra ainda que tem planos de contingência aprovados e em vigor, estando os mesmos em permanente acompanhamento e atualização.

No comunicado divulgado hoje, o Sindicato dos Médicos da Zona afirma que “a escassez de recursos médicos, em alguns centros hospitalares da área de Lisboa e Vale do Tejo, é tão marcante que serviços de urgência da Grande Lisboa não conseguem garantir a presença de equipas com elementos em número e diferenciação adequadas”.

Como exemplo desta degradação, o sindicato apontou o serviço de urgência de adultos no Hospital de São José, que “frequentemente conta com apenas dois a três médicos sem especialidade, contratados a recibos verdes, para prestar cuidados de saúde a doentes triados para observação pela especialidade de Medicina Interna”.

Com o aumento da afluência dos doentes aos serviços de urgência, estes médicos são por vezes responsáveis pelo atendimento de cerca de 70 a 80 doentes, “com as consequências previsíveis”, afirmou.

O SMSZ diz que esta situação se agravou nos últimos tempos, “chegando a verificar-se agora períodos em que a urgência central de um dos maiores hospitais do país conta apenas com um médico, com vínculo precário, para observar o mesmo número de doentes”.