O Infarmed deu dez dias à farmácia do hospital Dona Estefânia para que inicie um processo de remodelação, na sequência de uma inspeção realizada esta semana, a qual detetou várias irregularidades estruturais, que podem levar ao seu encerramento.
"Se o hospital decidir seguir as nossas recomendações e apresentar um plano para resolver os problemas, a farmácia não vai fechar. Se a direção [do hospital] não reformular as condições existentes e entender fechar a farmácia, então terá de trabalhar para encontrar uma alternativa", explicou o presidente do Infarmed à Agência Lusa.
Jorge Torgal assegurou que, de momento, os problemas identificados, ao nível das condições do espaço, não põem em causa a saúde das crianças nem a qualidade do serviço prestado pela farmácia, mas "podem vir a pôr", caso não sejam solucionados e venham a agravar-se no futuro.
A farmácia do hospital Dona Estefânia presta um serviço único aos outros hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa, no que diz respeito à elaboração de alguns medicamentos específicos para pediatria.
O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) esclareceu que em 2009, após uma inspeção, foi proposto um conjunto de medidas para melhorar a qualidade da farmácia.
No decorrer do último trimestre do ano passado, os inspetores realizaram nova fiscalização à farmácia e voltaram a encontrar irregularidades. Na sequência dessa inspeção, foram dados ao hospital cinco meses para solucionar as anomalias detetadas.
O prazo terminou esta semana, tendo os inspetores do Infarmed regressado à farmácia hospitalar e constatado que as irregularidades permaneciam.
"Agora foi feita uma recomendação de que tinham [direção do hospital] dez dias para iniciar o cumprimento de um conjunto de recomendações que não tinham sido cumpridas e que têm em vista assegurar a melhoria da qualidade da farmácia", esclareceu Jorge Torgal.
Sobre as irregularidades concretas encontradas na farmácia hospitalar do Dona Estefânia, o presidente do Infarmed diz desconhecer, adiantando que o processo e o relatório da inspeção também não são públicos.
No entanto, o responsável adiantou algumas possíveis irregularidades que podem estar a acontecer na farmácia do hospital Dona Estefânia.
"Pode ter a ver com a tinta das paredes, com a climatização, com a humidade do ar, com as mesas onde se trabalha ou até com a qualidade do chão. Podem ser muitas coisas", explicou.
"Mas o mais importante é que, de momento, a situação não põe em causa, de uma forma absoluta ou crítica, aquilo que se passa na farmácia. Se assim fosse teríamos encerrado, porque primeiro está a saúde das crianças e isso não está em risco", garantiu Jorge Torgal.
O responsável acredita que os problemas serão ultrapassados através de um trabalho conjunto entre o hospital e o próprio Infarmed.
22 de março de 2012
@Lusa
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