As alterações climáticas estão a alterar o período de polinização e “começa a haver uma polinização mais cedo”, revelou à Lusa Carlos Nunes, coordenador da Rede de Aerobiologia da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), baseando-se nos resultados do estudo “Avaliação Aerobiológica durante 12 anos em Portugal”.

Para sobreviverem e manterem as espécies, as plantas estão a alargar o período de polinização mas também a aumentar a quantidade de pólenes produzidos, o que faz com que as pessoas mais sensíveis sintam mais tempo os sintomas.

Resultado: “Uma pessoa suscetível em vez de ter sintomas no início ou meados de abril, começa a tê-los nos finais de março”, exemplificou o especialista, sublinhando que “os sintomas começam a ser mais precoces e o período dos sintomas é ligeiramente mais extenso”.

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Segundo Carlos Nunes, determinadas espécies que polinizavam nos finais de março, começam agora “a polinizar uma semana ou dez dias antes. Começa a haver sinais de que começam a produzir mais (pólen) e cada vez mais cedo”.

Esta mudança conta do estudo realizado pela SPAIC, que analisou as mudanças registadas no país nos últimos doze anos.

O estudo, que analisa apenas a situação em Portugal Continental será publicado este ano e, em 2017, deverá ser conhecido um outro estudo que tem em conta as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.