João Barnabé, coordenador regional do Algarve do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), fez um balanço da adesão verificada hoje na região e afirmou que se situava, cerca das 10:30, em “mais ou menos 60 a 70%”, havendo “alguns serviços fechados, quer em centros de saúde, quer em serviços do hospital de Faro”.

“Os centros de saúde de Lagos e Albufeira estão encerrados e Olhão está a funcionar a meio gás”, disse ainda João Barnabé, frisando que esta greve se “sente mais nas consultas externas”.

Há pessoas que vão ficar sem consultas, porque está lá o médico, o enfermeiro, mas depois não está o operacional ou o administrativo para dar apoio ao médico

O coordenador regional do Sintap lembrou que “há serviços mínimos” a serem garantidos, mas “mesmo assim deve-se verificar atrasos nas marcações de consultas”, porque “os serviços mínimos apenas abrangem tudo o que é urgência e oncologia previamente marcada”.

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“Há pessoas que vão ficar sem consultas, porque está lá o médico, o enfermeiro, mas depois não está o operacional ou o administrativo para dar apoio ao médico”, afirmou a mesma fonte, acrescentando que “o serviço até pode estar aberto e o médico estar presente, mas não haver consultas”.

Ana Paiva, dirigente sindical do Sintap no hospital do Barlavento, disse que “em Portimão a greve está a rondar os 70%, com vários serviços fechados”, valor "ligeiramente superior ao verificado em Faro".

A mesma fonte referiu que “as consultas externas deviam ter aberto às 08:00, com seis funcionários, todos com contrato individual, que faltaram”, e “abriu só às 09:30, com uma funcionária, que tem centenas de pessoas à espera” e muitas delas poderão não ser atendidas.

A greve está-se a fazer sentir também na “medicina interna de pediatria”, que está a trabalhar “sem funcionários e assistente operacional”, precisou, acrescentando também que “há coordenadores de serviço a assegurar serviços mínimos” devido à adesão dos trabalhadores à paralisação nacional, que começou hoje às 00:00 e prolonga-se até às 24:00 de quinta-feira.

A greve de dois dias foi convocada pelo Sintap e abrange todos os trabalhadores da saúde, exceto médicos e enfermeiros, dos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como hospitais ou centros de saúde.

O protesto exige a aplicação do regime de 35 horas de trabalho semanais para todos os trabalhadores, progressões na carreira e o pagamento de horas extraordinárias vencidas e não liquidadas.