Centros de saúde fechados e hospitais com serviços mínimos é o cenário vivido, hoje e amanhã, impulsionado pela greve geral prometida pelos sindicatos dos médicos.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional do Médicos (Fnam), com o apoio da Ordem dos Médicos, reunem-se durante dois dias naquela que é, em 25 anos, a maior adesão de profissionais de Saúde a uma greve, justificada em 20 reivindicações dos clínicos. No pré-aviso de greve, os sindicatos recusam “as múltiplas e graves medidas governamentais de restrição no acesso aos cuidados de saúde”.

Os sindicalistas avisaram os utentes para não se dirigirem aos hospitais e centros de saúde, durante os dois dias da greve, esperando-se que sejam adiadas cerca de cinco mil cirurgias programadas e 400 mil consultas.

Durante a greve, os hospitais funcionam com serviços mínimos, como num domingo ou feriado, e muitos centros de saúde estão fechados, mas estão garantidos tratamentos de radioterapia, quimioterapia, hemodiálise e ainda os serviços de imuno-hemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes e os cuidados paliativos em internamento. Estão assegurados ainda os casos de punção folicular nos serviços que fazem Procriação Medicamente Assistida.

O protesto será marcado por uma manifestaçãoo de médicos “vestidos com bata branca” que está marcada para esta tarde frente ao Ministério da Saúde.

Questionados pelos jornalistas sobre se os utentes compreenderiam esta greve e aceitariam o facto de saírem lesados, o dirigente da FNAM respondeu com uma pergunta: «O que os utentes preferem? Ser atendidos por médicos com carreira, avaliados e com exigência, ou por um médico que vai ali fazer umas horitas e depois vai fazer outras horas à tarde?»

11 de julho de 2012

@SAPO