"Há expectativas bastantes positivas porque, pelo percurso que fizemos pelos vários serviços, a sensação com que ficámos é que, de facto, os enfermeiros estão revoltados”, referiu, explicando que foram assumidos compromissos durante um processo negocial que decorreu me 2017, mas até agora “nenhum dos compromissos está concretizado".

Apesar de existir, segundo o sindicalista, compromissos com o governo regional da Madeira para admissão de 400 enfermeiros, isso não aconteceu. “Só depois do anúncio da greve, por exemplo, é que o senhor secretário veio a público dizer que iria admitir, em 2018, 65 enfermeiros, quando já o tinha feito em 2017 e não entrou nenhum para o serviço regional de saúde", afirmou.

– Os enfermeiros iniciaram às 08:00 de hoje uma greve de dois dias pela “valorização e dignificação” destes profissionais e que ficou agendada apesar da marcação de um calendário de negociações com o Governo sobre as suas 15 reivindicações.

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A greve, marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), começou no turno da manhã e termina às 24:00 de sexta-feira.

Segundo o SEP, os objetivos desta greve prendem-se essencialmente com a valorização e dignificação dos enfermeiros.

Este sindicato reivindica o descongelamento das progressões, com a contagem dos pontos justamente devidos a todos os enfermeiros, independentemente do tipo de contrato de trabalho.

Contratação imediata de 500 enfermeiros

A contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais 1.000 enfermeiros entre abril e maio é outra das reivindicações, assim como “a ocupação integral dos 774 postos de trabalho colocados a concurso” para as Administrações Regionais da Saúde (ARS).

O SEP pretende ainda que seja efetuado “o pagamento do suplemento remuneratório para enfermeiros especialistas em março, com efeitos a janeiro/2018” e “o efetivo pagamento do trabalho extra/horas a mais em março e abril”.

A obrigatoriedade do cumprimento da legislação sobre horários de trabalho, em todas as instituições e a manutenção da missão das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) são outras das medidas que os enfermeiros pretendem ver concretizada.

A 13 de março, o Ministério da Saúde assinou com os sindicatos dos enfermeiros um protocolo negocial para a revisão das carreiras de enfermagem.

Apesar desta assinatura, o SEP decidiu manter a paralisação, pois as negociações com vista à revisão das carreiras é apenas “um dos 15 pontos que levaram à marcação da greve”, disse então o dirigente deste sindicato José Carlos Martins.