Em declarações à Lusa cerca das 08:00, Luís Pesca adiantou que a adesão à greve (para exigir a reposição das 35 horas semanais) relativa aos turnos da noite foi “muito elevada” nos centros hospitalares de norte a sul do país.
“Nós ainda não temos uma percentagem correta, mas o que nos está a chegar aproxima-se dos 80 a 90% e nalguns casos dos 100%, sendo que nenhum estabelecimento irá encerrar porque os serviços mínimos estão a ser assegurados”, sublinhou.
O sindicalista adiantou que o impacto da greve junto dos utentes não se fez sentir nos turnos da noite, mas acrescentou que durante o dia devem ser afetados os serviços regulares, não urgentes.
“Os primeiros dados de norte a sul do país relativos ao turno da noite apontam para uma adesão muito grande nos centros hospitalares e no que diz respeito às enfermarias e meios de diagnóstico e terapêutica, mas os serviços mínimos foram e vão ser assegurados durante a paralisação”, disse.
No que diz respeito ao turno da manhã, que teve início às 08:00, Luís Pesca disse que a federação vai começar a reunir os dados.
“É expetável que hoje de manhã haja constrangimentos a nível de consultas e adiamentos de pequenas cirurgias não urgentes, mas nenhum estabelecimento irá encerrar porque temos de assegurar os serviços mínimos”, afirmou.
Os administrativos e auxiliares da saúde vão estar hoje em greve em protesto contra a “enorme falta de pessoal” nos serviços de saúde que, segundo a federação, faz com que funcionários auxiliares, técnicos e administrativos trabalhem diariamente 10, 12 ou 16 horas.
O dirigente sindical Luís Pesca referiu à Lusa que os trabalhadores fazem horários superiores a 40 horas semanais sem que haja pagamento de horas extraordinárias e que as horas de trabalho a mais são transformadas "ilegalmente" numa bolsa de horas que dificilmente são depois utilizadas pelos profissionais.
“Temos casos de pessoas que têm 50 a 60 dias para gozar de compensação. Este trabalho não pago é desumano e há trabalhadores exaustos”, referiu.
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