De acordo com Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que convocou a paralisação, “a mobilização dos técnicos de emergência hospitalar é grande” e “os constrangimentos verificaram-se um pouco por todo o país”, com cerca de 20 técnicos a realizar turnos em trabalho extraordinário.
“Pararam ambulâncias logo à meia-noite, por todo o país, em Braga, Viana, Porto, Coimbra, Lisboa, Aveiro, Anadia e também no Algarve”, contou Rui Lázaro, explicando que esta noite, “pela primeira vez em dez anos", a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Vila Nova de Foz Côa esteve encerrada desde as 20:00 até às 08:00.
A greve ao trabalho suplementar, que arrancou às 00:00 de terça-feira por tempo indeterminado, serve para os técnicos de emergência pré-hospitalar exigirem medidas para tornar a carreira mais atrativa, como forma de combater a taxa de 30% de abandono da profissão.
“Os três principais pontos reivindicativos são a revisão imediata do índice remuneratório, o início do processo negocial da revisão da carreira e também a definição de novo rumo para o INEM, provado que está que o Conselho Diretivo não tem sido capaz de dar a resposta ao que o INEM e os portugueses precisam”, considerou Rui Lázaro.
O dirigente sindical apontou ainda as declarações do ministro da Saúde no parlamento, na terça-feira, quando disse que nas próximas semanas iam decorrer rondas negociais com as carreiras especiais no setor da Saúde, sublinhando: “Aguardamos o seu contacto. Até lá, a greve mantém-se até que nos sejam dadas efetivas soluções para as nossas reivindicações”.
“Não chega só agendar reuniões, é preciso que sejam apresentadas soluções”, acrescentou.
A greve ao trabalho suplementar abrange todos os técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM e inclui “todos os eventos programados” que o instituto se proponha assegurar, “para lá daquilo que é a sua atividade normal e legalmente exigível”, segundo o pré-aviso de greve.
Uma vez que a greve se refere a trabalho suplementar, “que visa suprir necessidades permanentes e previsíveis”, a estrutura sindical não apresentou qualquer proposta de serviços mínimos por “não serem devidos”, já que – explica – “todo o trabalho em horário normal urgente e emergente continuará a ser garantido em todos os turnos”.
A Lusa contactou o INEM, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta.
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