A Rede de Referenciação Hospitalar em Saúde Materna, da Criança e do Adolescente propõe o fecho da unidade de neonatologia do Hospital do Espírito Santo de Évora, o que deixaria o Alentejo sem uma unidade de neonatologia com cuidados intensivos neonatais.

“O Ministério da Saúde pretende de forma tranquila aguardar pelo fim do período de discussão pública do documento técnico [30 de junho], para avaliar e integrar as propostas que sejam pertinentes, na defesa do interesse público, manifestando desde já uma clara intenção política de não retirar a cirurgia pediátrica, nem a neonatologia do Hospital de Évora”, refere um comunicado do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Segundo a nota, os indicadores de qualidade do Alentejo “mostram claramente a utilidade da diferenciação do Hospital de Évora na área da neonatologia”, além de o Alentejo apresentar “excelentes indicadores, sobretudo na mortalidade infantil e neonatal”.

Para a tutela, esta unidade “tem instalações adequadas, equipamentos, recursos humanos especializados e bons indicadores assistenciais”, considerando “determinante, também, o fator geográfico, com cobertura de uma vasta área territorial, muito relevante para conseguir assegurar a coesão territorial”.

O Ministério da Saúde pretende, desta forma, “manter a equidade de acesso das populações aos cuidados de saúde, pugnando pela proximidade e integração das políticas, assim como pela qualidade dos resultados”.

A proposta da Rede de Referenciação Hospitalar Materna, da Criança e do Adolescente foi entregue em maio pelo grupo de trabalho nomeado em 2014, e está em discussão pública durante este mês.

Na quarta-feira, a presidente do conselho de administração do Hospital do Espírito Santo de Évora, Maria Filomena Mendes, mostrou-se contra o eventual encerramento da unidade de neonatologia com cuidados intensivos neonatais, considerando que seria "um retrocesso para o acesso à saúde" na região.