Promovido pelo Fórum Saúde XXI, uma organização da sociedade civil criada em 2014, o Global Health Forum pretende ser o mote para um “movimento transformador” na saúde em Portugal.
“O Fórum junta centenas de membros e mais de 100 parceiros (…). Temos uma paixão pela saúde e o bem-estar que nos incentiva a promover o diálogo e a cooperação entre todas as pessoas e organizações que atuam na área da saúde, da educação, do ambiente e da ação social. Porque no ecossistema real a saúde não está fechada num silo”, disse à Lusa Andrea Lima, uma das fundadoras do Fórum Saúde XXI, que tem como presidente o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes.
Reconhecendo que a intenção do Fórum é “dar o passo para a concretização” de ideias e projetos, a responsável sublinhou: “Acreditamos que o país só é forte com uma sociedade civil forte e interventiva”.
E para promover uma sociedade civil “mais interventiva”, o Fórum Saúde XXI junta pessoas para ajudar a “alavancar projetos”: “Temos lá todas as pessoas para que eles [os projetos] possam acontecer e somos quase como a cola (….) que ajuda a fazer acontecer”.
Fazem parte do Fórum Saúde XXI personalidades como a bastonária dos nutricionistas, Alexandra Bento, a vice-presidente da SEDES Catarina Castro, a presidente da Associação Nacional de Farmácias, Ema Paulino, e dezenas de personalidades e especialistas ligados a várias áreas da saúde.
Andrea Lima lembra que a discussão sobre a promoção da saúde não pode ser feita “para dentro”: “Temos de chamar todos os atores que intervêm no ecossistema real pois, [a forma] como se constroem as nossas casas impacta a nossa saúde, as nossas cidades impactam a nossa saúde, o acesso fácil à alimentação impacta a nossa saúde”.
“Queremos que o Global Health Forum seja um mote para este movimento transformador na saúde em Portugal”, insistiu.
Durante dois dias (29 e 30 de setembro), o Fórum Saúde XXI pretende “despertar a consciência individual e coletiva para o papel da saúde como elemento fundamental para o desenvolvimento económico, a coesão social, o bem-estar e a segurança dos cidadãos”.
“Reconhecemos que a saúde das pessoas está intimamente ligada à erradicação da pobreza, à equidade, à justiça social, à alimentação, à habitação, ao acesso aos cuidados de saúde”, afirmou Andrea Lima, lembrando que os portugueses vivem muito, mas vivem mal.
“A partir dos 55 anos começamos a adoecer e não existe nenhum sistema de saúde que seja sustentável se não atuarmos antes e a sério”, frisou.
Durante os dois dias, o Global Health Fórum terá 200 oradores de 15 países – já recebeu cerca de 2.000 inscrições – e debaterá, em oito sessões plenárias, temas como a inteligência artificial, a inovação, a saúde global e a transição climática, as tendências da saúde digital e as politicas globais de saúde.
As ideias e os projetos que saírem desta discussão serão depois trabalhadas pelo Fórum Saúde XXI, que com os seus parceiros ajudará a concretizá-los.
“Numa segunda edição, que vamos querer fazer, poderemos mesmo mostrar o que foi feito e o que conseguimos ajudar a concretizar”, acrescentou a responsável.
O Global Health Forum vai decorrer no centro de Congressos do Estoril.
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