31 de março é o Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). A Fibrilhação Auricular, alteração mais comum do ritmo cardíaco, é responsável por 20% dos AVC’s em Portugal.
Estima-se que, em Portugal, cerca de um em cada cinco AVC’s sejam causados por Fibrilhação Auricular e que existam 120 000 pessoas com esta arritmia, um número com tendência a aumentar, com o envelhecimento da população.
A Fibrilhação Auricular caracteriza-se por um ritmo cardíaco irregular, geralmente associado a uma frequência cardíaca rápida. Os sintomas variam de doente para doente mas frequentemente os doentes referem sensação de tremor no coração, palpitações rápidas e irregulares, desconforto no peito ou cansaço, mas pode ser assintomática. O AVC ocorre porque esta arritmia facilita a formação de coágulos de sangue no coração que podem deslocar-se através da corrente sanguínea e bloquear o afluxo de sangue ao cérebro.
“A Fibrilhação Auricular pode ser silenciosa, mas representa um dos principais fatores de risco de AVC. O AVC relacionado com a fibrilhação auricular tende a ser mais extenso, pelo que tem maior mortalidade, morbilidade e grau de incapacidade, do que os outros tipos de AVC. Esta situação constitui um peso muito grande para as famílias e para o Serviço Nacional de Saúde”, explica Jorge Ferreira, Cardiologista do Hospital de Santa Cruz.
Prevenir significa não só controlar os fatores de risco tradicionais, mas também saber aplicar o melhor tratamento para a fibrilhação auricular. “Um simples eletrocardiograma pode detetar esta doença e a utilização de anticoagulantes orais ajuda a prevenir os acidentes vasculares cerebrais”, adverte o especialista.
“Estima-se que uma em cada 4 pessoas irá desenvolver Fibrilhação Auricular ao longo da sua vida, sendo que basta apenas um episódio de arritmia, a qualquer momento, para aumentar a probabilidade de vir a sofrer um AVC. É, pois, importante que a Fibrilhação Auricular seja reconhecida como um problema de saúde pública, uma vez que é responsável por 3 milhões de AVC´s por ano, em todo o mundo”, alerta o cardiologista.
Em Portugal, o AVC é responsável pelo internamento de mais de 25.000 doentes por ano e por um elevado grau de incapacidade - 50% dos doentes que sobrevivem a um AVC ficam com limitações nas atividades da vida diária.
27 de março de 2012
@Lusa
Comentários