Cerca de 5% da população sofre do fenómeno de Raynaud, que é desencadeado pelo frio e que surge como uma resposta extrema dos vasos sanguíneos a ambientes frios, podendo ser primário (de causa desconhecida e não associado a outras doenças) ou secundário (quando associado a uma doença inflamatória, como a esclerose sistémica progressiva, síndrome de Sjögren, lúpus erimatoso sistémico e aterosclerose).

"O fenómeno de Raynaud caracteriza-se por uma descoloração das extremidades e, nos casos mais graves, por úlceras que demoram a sarar, aparecendo geralmente nos dedos das mãos ou dos pés", explicam os médicos da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

Embora cada episódio dure pouco tempo, o fenómeno de Raynaud é crónico e, por isso, o doente tem de saber proteger-se e, se assim determinado pelo médico, tomar medicação adequada. "É ainda importante ressalvar que esta síndrome aparece normalmente antes dos 40 anos, contestando a ideia de que este tipo de patologias está sempre associado a pessoas idosas", frisam os médicos em comunicado.

Evitar o excesso de cafeína

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia apela aos portugueses para se protegerem nos meses de inverno, tomando medidas preventivas, como evitar andar em superfícies molhadas para evitar as quedas, e protegerem-se do frio, utilizando peças de vestuário que protejam as extremidades (luvas, cachecol e gorro).

Os médicos alertam ainda os pacientes para se absterem de pegar em objetos frios com as mãos desprotegidas e evitarem alimentos e substâncias que sejam vasoconstritores, como o café e o tabaco.

O frio é responsável pelo agravamento significativo dos sintomas associados às doenças reumáticas, podendo causar incapacidade física grave. "No entanto, não é apenas o frio em si que requer atenção. A chuva e a neve são responsáveis por inúmeras quedas, o que se pode tornar especialmente perigoso para quem sofre de osteoporose", indicam os especialistas.

Veja ainda: 15 doenças que ainda não têm cura