"Como medida de precaução, a Sanofi vai retirar voluntariamente o Zantac", divulgou a empresa. "Esta medida está a ser tomada devido à possível contaminação com uma nitrosamina chamada N-Nitrosodimetilamina (NDMA)", substância que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como potencialmente cancerígena.

A decisão segue um aviso feito pelas autoridades de supervisão canadianas, explicou a Sanofi, acrescentando que "estão em curso" avaliações para determinar se a presença da substância potencialmente perigosa existe ou não no medicamento.

No início deste mês, a Food and Drug Administration (FDA) - a entidade reguladora dos medicamentos nos Estados Unidos - confirmou que alguns dos comprimidos testados - cuja substância ativa é a ranitidina - continham pequenas quantidades de N-nitrosodimetilamina (NDMA).

Grandes redes americanas de farmácias, como a CVS e Walgreens, já retiraram o Zantac das suas prateleiras, segundo a imprensa local.

Suspensão em Portugal

Em Portugal, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) suspendeu em setembro, de forma imediata, a comercialização de alguns lotes de medicamentos com ranitidina, substância usada no tratamento de azia, refluxo, úlceras e esofagite.

Numa circular informativa, publicada na página do Infarmed, avisa-se: “as entidades que possuam embalagens pertencentes a estes lotes em stock não as podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução”.

Ao mesmo tempo, “os doentes na posse de embalagens pertencentes àqueles lotes devem contactar o farmacêutico, para as poderem substituir por uma embalagem de outro lote, ou o médico, no caso de ser prescrito um medicamento alternativo”.

O Infarmed realça que existem alternativas terapêuticas, que podem ser consultadas no Formulário Nacional de Medicamentos, disponível em https://extranet.infarmed.pt/fnm-fo/#/FichaMedicamento/Ranitidina.

A Autoridade Nacional do Medicamento vai proceder à recolha das embalagens e refere que o motivo da recolha do fármaco se deve à deteção de “uma impureza” na substância ativa ranitidina, que inibe a secreção basal de ácido gástrico e é usada para tratar azia, refluxo, úlceras e esofagite.

A referida impureza, da classe das nitrosaminas, já foi identificada em 2018 em alguns fármacos anti-hipertensores.