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Jovens são o alvo desta semana da campanha “Aprender Saúde entre as Plantas e os Medicamentos"
3 de junho de 2013 - 09h11
O Observatório de Interações Planta–Medicamento (OIPM) advertiu hoje que o “uso excessivo” de ansiolíticos e antidepressivos pelos alunos, em época de exames, pode “funcionar em contracorrente”, porque a memória fica diminuída.
Os jovens são o alvo desta semana da campanha “Aprender Saúde entre as Plantas e os Medicamentos”, do observatório da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).
“O uso de medicamentos na época dos exames traz vários problemas aos alunos”, disse à Lusa a investigadora Ana Rute Nunes, adiantando que “muitas destas substâncias aumentam os níveis de neurotransmissores, mas o custo na atividade neuronal a curto e longo prazo pode ser muito elevado, dado que muitas [destas substâncias] são produzidas sem nenhum controlo e o impacto que causam no organismo muitas vezes é imprevisível”.
Por outro lado, alertou, “o uso excessivo de ansiolíticos e de antidepressivos”, em época de exames, “pode funcionar em contracorrente, dado que a memória é diminuída com o seu consumo”.
Aconselhou ainda as pessoas a quem forem prescritas benzodiazepinas (ansiolíticos), como clonazepam, diazepam, flunitrazepam, ou antidepressivos (amitriptilina, citalopram, clomipramina, fluoxetina, nefazodona) a evitarem o consumo de álcool, de plantas ou extratos, como a erva de São João (hipericão), sumos de laranja, de toranja e gingko.
Já a coordenadora do observatório, Maria da Graça Campos, alertou os jovens para os riscos de misturarem álcool, drogas e outras substâncias psicoativas com medicamentos, afirmando que podem causar danos em saúde, “muitas vezes irreversíveis”.
“O consumo de álcool, drogas, incluindo as smartdrugs e outras substâncias psicoativas, como antidepressivos e ansiolíticos, continua a aumentar em Portugal”, disse.
“Os malefícios do álcool são sobejamente conhecidos e um excelente exemplo para explicar que uma dose elevada única pode conduzir ao coma alcoólico e consequente morte, enquanto o consumo crónico pode induzir toxicidade hepática (cirrose)”, adiantou.
Misturá-lo com medicamentos “pode causar várias falhas terapêuticas, desde a ineficácia de antibióticos ao efeito cumulativo de depressão do sistema nervoso”, advertiu.
Drogas
Segundo o observatório, os canabinoides naturais (da planta canábis sativa) e os sintéticos acentuam o efeito psicotrópico das benzodiazepinas, álcool e barbitúricos. Esta droga potencia a ação dos relaxantes musculares, broncodilatadores, antieméticos, fenotiazidas, medicamentos antiglaucoma, antiepiléticos, dissulfiram, varfarina, antidepressivos, como a fluoxetina, e de drogas como a cocaína ou os opiáceos.
“Por favorecerem a imunossupressão estão contraindicados em doentes HIV-positivos”, acrescentou.
Também a pílula contracetiva pode sofrer interações com medicamentos ou produtos de origem natural, como alguns antiepiléticos (carbamazepina), o hipericão e laxantes.
Outro tipo de interações relaciona-se com o aumento do risco de trombo embolismo venoso, que pode ser potenciado pelo uso crónico de substâncias como a soja e o ginseng.
O OIMP/FFUC tem uma linha de apoio à população (239488484).
Lusa
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