27 de maio de 2014 - 09h31
Uma análise feita a exames de mamografia revelaram diferentes níveis de exposição às radiações a que as pacientes foram sujeitas, em duas unidades hospitalares diferentes, revelou hoje a Universidade de Aveiro.
A comparação entre os exames feitos nas duas unidades hospitalares, cuja identificação é mantida confidencial, é feita num estudo sobre a variabilidade na dose de radiação utilizada em exames mamográficos, realizada por um investigador daquela universidade.
Milton Santos, docente da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA), conclui, num trabalho que constitui parte da dissertação de doutoramento na Secção Autónoma das Ciência da Saúde da UA, que "há uma variabilidade significativa em termos de dose de radiação a que os pacientes são sujeitos aquando da realização de exames mamográficos".
O investigador apercebeu-se de um problema "simultaneamente clínico e de gestão de processos que poderá, por falta de controlo de qualidade adequado e mais informado, configurar situações de risco de saúde pública".
No âmbito do doutoramento, Milton Santos realizou estudos de controlo de qualidade em procedimentos radiológicos de elevada incidência em diversas instituições, que resultou numa metodologia de análise do exercício profissional em Imagiologia, passível de ser utilizada em diferentes unidades de saúde.
Envolvendo uma equipa multidisciplinar, conduziu um estudo de análise de desempenho usando instrumentos de análise de dados, concebidos por investigadores do Instituto de Engenharia Eletrotécnica e Telemática da UA (IEETA-UA).
Nos exames mantidos em arquivos de imagem médica digitais das unidades hospitalares é possível identificar parâmetros, como o índice de exposição, a quantidade de radiação utilizada, o tipo de exame, entre vários outros que, depois, poderão ser analisados.
A eficácia dos instrumentos de imaging analytics permitiu constatar marcadas diferenças em termos de dose de radiação a que os pacientes foram submetidos em duas instituições analisadas.
Num caso foram analisados exames realizados ao longo de três anos e, no outro, exames realizados ao longo de quatro. Apesar de numa das instituições ter sido identificada uma redução da exposição à radiação ao longo do tempo, foram identificados valores de índice de exposição que podem representar uma sub ou sobre-exposição à radiação X. Na outra instituição não se verificou esse padrão evolutivo.
O estudo agora divulgado foi apresentado e reconhecido no European Congress of Radiology 2014 da Sociedade Europeia de Radiologia, em Março.
Por Lusa