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Quantidade de coenzima Q10 em alimentos é reduzida para necessidades de insuficientes cardíacos
27 de maio de 2013 - 16h31
É a primeira vez, em dez anos, que uma substância capaz de reduzir a mortalidade por insuficiência cardíaca é identificado e apresentado à comunidade científica. A coenzima Q10 contém uma enzima que é produzida pelo corpo, mas cujos níveis diminuem com a insuficiência cardíaca.
A coenzima Q10, que também é encontrada em alimentos, aumenta as hipóteses de sobrevivência de uma pessoa que sofre de insuficiência cardíaca, doença que acontece quando o coração bombeia o sangue de forma ineficaz ou insuficiente.
As conclusões são de um novo estudo coordenado por cientistas da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca. Os resultados foram divulgados durante o Congresso de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia, que acontece até terça-feira em Lisboa.
A coenzima Q10 é essencial para o funcionamento das mitocôndrias, responsáveis por fornecer energia às células, e é a única substância antioxidante produzida pelo corpo – evita a morte celular e protege o organismo contra o envelhecimento.
Os níveis dessa coenzima no músculo cardíaco diminuem em pessoas com insuficiência cardíaca, e quanto maior a gravidade da doença, menor a quantidade da substância. Por outro lado, a estatina, remédio que reduz os níveis de colesterol e que é usado para tratar pessoas com a doença, bloqueia a síntese da coenzima Q10, diminuindo ainda mais a quantidade da enzima no organismo desses pacientes.
O estudo
Este trabalho, produzido em colaboração com centros médicos de nove países, foi feito com a colaboração de 420 pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca.
Durante a investigação, metade desses indivíduos tomou cápsulas de coenzima Q10 e aos restantes foram-lhes administradas doses de placebo. A coenzima Q10 reduziu para metade o risco de um evento cardiovascular maior – hospitalização, transplante cardíaco, implante de dispositivo mecânico ou morte por problema cardiovascular.
Em dois anos, 14% dos participantes que fizeram uso da coenzima Q10 apresentaram um desses problemas. No entanto, a prevalência de um desses eventos foi de 25% no grupo que tomou o placebo.
“Outros medicamentos contra insuficiência cardíaca, em vez de melhorar, acabam por bloquear processos do funcionamento celular e causam efeitos adversos. Usar a coenzima Q10, que é uma substância natural e segura, como suplemento corrige essa deficiência", defende Svend Aage Mortensen, coordenador do estudo, num comunicado enviado às redações.
Segundo Mortensen, a quantidade de coenzima Q10 em alimentos como carne vermelha, peixes e verduras não é suficiente para responder à saúde de pessoas com insuficiência cardíaca.
SAPO Saúde
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